Danilo anuncia aposentadoria para 2026 e elogia mudança de Filipe Luís como treinador do Flamengo

Danilo anunciou que 2026 deve ser o ano de sua aposentadoria e deixou claro aos torcedores do Flamengo sua reflexão sobre o futuro: a expressão “Danilo aposentadoria” ganhou força após o zagueiro detalhar desgaste, lesões e o impacto emocional da rotina intensa. Ao mesmo tempo, ele elogiou a transformação de Filipe Luís, que passou de jogador mais reservado a um treinador comunicativo e exigente.

Por que Danilo planeja encerrar a carreira em 2026

O defensor explicou que já tinha o plano de parar aos 35 anos, mas que a sequência desde 2023 — com clubes, convocações e pouco tempo de descanso — acelerou a decisão. Danilo citou problemas musculares nesta temporada como fator determinante e descreveu como a carga de jogos mexeu com motivação e recuperação.

“Muito provavelmente, o próximo ano é meu último como atleta profissional. Sempre gostei de treinar, competir e estar em campo, mas este ano tive dois problemas de posterior que me tiraram 40 dias e mexeram bastante comigo.”

Ele lembrou que teve apenas cerca de 20 dias de férias desde 2023 e que, mesmo mantendo índices físicos altos, sente que o desgaste afetou o equilíbrio entre corpo e cabeça. Danilo aposta no descanso como ferramenta para encerrar a carreira em alto nível.

“Tive cerca de 20 dias de férias desde 2023. Não reclamo, gosto de jogar direto, mas é desgaste demais. Com o descanso que vou ter agora, espero voltar mais fresco e manter o nível que eu tinha dois anos atrás.”

Filipe Luís: a mudança que chamou atenção dentro do vestiário

Além de falar sobre sua própria carreira, Danilo destacou a maior diferença entre o Filipe Luís jogador e o Filipe Luís treinador: a comunicação. Segundo o zagueiro, o ex-lateral, ídolo rubro‑negro, era mais introspectivo no vestiário, mas hoje se faz ouvir com intensidade à beira do campo e antes das partidas.

“O Filipe como jogador era um pouco mais introspectivo, um pouco mais calado, pensativo no que ele tinha que fazer em campo. Nunca foi um grande comunicador dentro do vestiário para o jogo. Conversava, era resenha, mas se tratando de plano de jogo, ele era mais concentrado no trabalho dele. Era a forma que ele ajudava melhor.”

Como técnico, Filipe Luís passou a cobrar e orientar com mais expressão, algo que chamou a atenção de Danilo em jogos recentes e no trabalho diário de preparação.

“Como treinador, é o contrário. Ele é muito comunicativo, fala muito, é expressivo. Muitas vezes, dá uns gritos, dá uns berros. Outro dia mesmo, contra o Fortaleza, chamou minha atenção no vestiário de uma forma mais expressiva. Para mim, essa é a grande diferença dele, a forma de lidar. Era mais tranquilo e agora fala muito como tem que ser.”

Danilo ainda revelou que já notava, em conversas informais, o prazer de Filipe Luís por tática e estratégia — sinal que o fez imaginar a transição para a carreira de treinador.

“Imaginava, porque ele já demonstrava esse entendimento e prazer em falar do jogo, em falar da tática. Quando eu estava no Manchester City e vinha para a Seleção, ele foi o primeiro a falar: ‘Cara, notei uma diferença em você na forma de entender o jogo, na forma de jogar, de se posicionar, me fala um pouco disso’. Então, lá atrás ele já demonstrava o gosto pela tática, pela estratégia, e eu imaginava que fosse seguir por esse caminho. Só não esperava que fosse tão rápido.”

Situação no elenco e reflexões finais

No plano prático, Danilo tem sido opção imediata de reserva da zaga do Flamengo, alternando com Léo Ortiz e Léo Pereira, e pode atuar também na lateral quando necessário. Ele e Alex Sandro serão desfalques nos próximos jogos contra Sport e Fluminense por convocação à Seleção Brasileira.

Em tom mais pessoal, o zagueiro celebrou a oportunidade de disputar a final da Libertadores pelo clube do coração e falou sobre a transição que vem sentindo ao pensar em parar de jogar.

“É um terror. Desde os 13 ou 14 anos vivo dez meses por ano jogando futebol. É o que sei fazer. Pensar em parar é assustador e muita gente nem fala sobre isso, mas eu não tenho problema em admitir que é aterrorizante.”

Danilo defende que o fim da carreira não precisa ser um corte, mas uma reinvenção: abrir caminhos fora do gramado e testar novas áreas. As declarações do jogador, registradas nesta sexta‑feira, 14/11/2025, revelam um atleta preparado para o encerramento planejado e comprometido com o presente rubro‑negro.

“Não é uma morte, é quase uma ressurreição. Aqui no Brasil limitamos demais o jogador a ser só jogador, mas podemos ser múltiplos. Quando eu parar, quero testar outras áreas e outras formas de viver.”