A volta do Campeonato Carioca em meio a uma série de indefinições não fez a avaliação do vice de futebol do Flamengo, Marcos Braz, ser negativa, pelo menos por enquanto.

Segundo o dirigente, o adiamento de jogos, as disputas entre clubes, tudo pode ser superado caso haja um campeão no campo, de preferência o Flamengo, e dentro de um protocolo de segurança de sucesso.

Em entrevista nesta segunda-feira no Ninho do Urubu, o dirigente sentou-se, de máscara, passou álcool em gel nas mãos, e tratou todas as polêmicas com a habilidade de sempre com as palavras.

Questionado se o Estadual já estaria manchado pelo retorno desastrado, em função de mudanças de decreto da prefeitura e alterações de data pela Federação de Futebol do Rio, ele analisou assim:

— Queria muito que o Flamengo fosse campeão. Se daqui a dez anos, vinte anos, fossemos discutir que o campeonato demorou mais um pouquinho por causa do coronavírus, o importante é ser campeão e com todos seguros. Temos que acabar o campeonato de maneira segura e dentro do campo. Se for de maneira segura, não tem mancha, não. O momento é turbulento, mas vai passar — declarou Marcos Braz, que foi evasivo em outra resposta sobre a confusão.

— Não vou dar uma palavra. Se o campeonato acabar em campo com todos seguros, e com o Flamengo campeão, vai ser uma palavra. Se o Flamengo disputar com todo mundo seguro, em campo, vai ser outra palavra.

Na hora de avaliar as posições de Botafogo e Fluminense, nada de polêmica. Braz apenas sustentou que a conduta do Flamengo tem sido correta, sempre respeitando as autoridades. Que permitiram os treinamentos e jogos.

— O que eu posso falar é que o Flamengo voltou a treinar há um mês. Talvez um pouco mais na frente vai ter que readequar esses treinos, em função das datas que iríamos jogar. Não vejo muito problema. É o que se tem. Não podemos parar tudo para tentar esperar e ver o que vai acontecer. O Flamengo vem treinando. Renovamos com o Jorge Jesus e comissão. Temos segurado os jogadores de um elenco forte. Vamos esperar, com calma. Mas o Flamengo está fazendo o que precisa, treinar com segurança, dentro dos protocolos — disse.

Sobre os rivais, indicou que faltou planejamento.

— O Flamengo tem a posição dele. Em relação ao Botafogo e Fluminense, tem que perguntar para eles. No dia que paramos, por segurança, no outro dia já procurávamos saber como voltaríamos a treinar e jogar. Mas com segurança e responsabilidade. Acho que o Flamengo fez muito bem. Desde 14 de março, quando parou, estamos avaliando como voltar — explicou.

Braz lamentou que os rivais não tenham feito o mesmo. E reforçou que é necessário se adaptar.

— O Fluminense e o Botafogo entendem que não devem entrar em campo. Lamento. Seguro mesmo, 100%, é quando tiver uma vacina. A gente está adptado aqui. Estou sozinho. Tem três pessoas aqui dentro — disse, se referindo ao número de funcionários do Flamengo na coletiva online, em que as perguntas foram enviadas por jornalistas que cobrem o clube.