Pedro tinha 14 anos quando recebeu um notícia ruim: estava dispensado do clube do coração. À época atuando na base do Flamengo, recebeu como justificativa o fato de ser baixo, franzino e sua transição do futsal não ter correspondido às expectativas. Quis o destino que, sete anos depois, o centroavante retornasse ao rubro-negro como reforço e tendo a segunda chance de mostrar que todos que duvidaram do seu potencial estavam errados.

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Também quis o destino que o “baixinho” Pedro se tornasse um gigante na grande área e fizesse do motivo da dispensa o diferencial para ser observado por Jorge Jesus. O treinador português pede por um centroavante ofício desde que chegou ao Flamengo e busca características específicas: atacante alto, forte, com mobilidade e bom posicionamento. Na análise da comissão técnica, Pedro se encaixa em todos requisitos.

Pedro (o segundo da fileira de trás) na base do Flamengo Foto: Acervo pessoal

Contratado por empréstimo até dezembro de 2020 junto a Fiorentina, da Itália, Pedro recomeçará o sonho de infância. Ele chegou ao Flamengo aos oito anos e passou cinco atuando nas categorias de base. Na Gávea, dividiu espaço com outras estrelas em atividade, como o meia Lucas Paquetá, atualmente no Milan, e Bruno Guimarães, do Athletico. Sempre nutriu a vontade de defender o clube profissionalmente, mas o sonho foi interrompido na categoria sub-16.

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As fotos pipocam diariamente nas redes sociais e mostram a relação de carinho do reforço rubro-negro com o clube. A mais famosa é de 2011, onde está assistindo a um jogo do Flamengo na Taça Guanabara ao lado de Thaísa, sua irmã. Pedro sempre foi um frequentador de arquibancada, principalmente em jogos no Nilton Santos por ficar perto de casa — morava no Méier, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Por sinal, ele odeia o apelido “queixada”.

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Pedro assiste a jogo do Flamengo no Nilton Santos Foto: Acervo pessoal

Sem o Flamengo, Pedro contou com o apoio da família e foi para o Duquecaxiense, onde se destacou antes de chama a atenção do Fluminense e, enfim, explodir na carreira. Foi nas Laranjeiras onde virou artilheiro nas categorias de base, se profissionalizou, virou xodó e foi vendido à Europa. Mas, mesmo antes de viajar para Florença, o caminho do centroavante quase se cruzou com o rubro-negro.

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Em junho de 2019, o Flamengo enviou uma proposta de R$ 55 milhões por Pedro. O Fluminense recusou de imediato e afirmou que só o liberaria pelo pagamento da multa rescisória de 50 milhões de euros. O rubro-negro até pensou em aumentar a as condições financeiras, mas saiu do negócio para não atrapalhar a relação comercial entre os clubes. Porém, no meio do caminho, o próprio jogador solicitou querer ver a proposta.

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Pedro (o quinto da fileira de trás) na base do Flamengo Foto: Acervo pessoal

“A educação dada pela minha família, tem como base a gratidão com as pessoas que me ajudaram a construir grandes momentos no Fluminense, clube ao qual sempre serei grato. Sobre ouvir e querer conhecer qualquer projeto, é uma atitude natural de qualquer profissional. Ouvir não quer dizer sair. Que fique bem claro”, escreveu o atacante, que é elogiado internamente por ter desmerecido o Fluminense mesmo querendo atuar pelo Flamengo.

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Foi preciso esperar seis meses para que clube e atacante se juntassem. Por Pedro, o Flamengo pagará cerca de R$ 4 milhões à Fiorentina para tê-lo até dezembro. Caso o adquira em definitivo, em valor ainda a ser definido, tal quantia será abatida no fim da aguardada operação.