Nos primeiros treinos no comando do Flamengo, Domènec Torrent cobrou intensidade, a mesma que não notou na derrota de 3 a 0 para o Atlético-GO, e que motivou queixas do treinador sobre a queda física do elenco. Sem o ritmo ideal dos jogadores, o técnico deve desacelerar as mudanças táticas para os próximos jogos.

O trabalho de preparação física no clube, porém, não foi modificado desde a saída de Jorge Jesus. O preparador físico Roberto Oliveira manteve o padrão das atividades, no aguardo do profissional Julian Jimènez, que veio com Dome.

O novo funcionário só chegou na última quinta-feira, e teve pouco tempo para dar sua cara aos trabalhos. O técnico, por sua vez, usou os treinos para implementar ideias táticas que ainda não foram absorvidas pelos jogadores.

O tema foi debatido entre elenco e comissão técnica depois da sonora derrota em Goiânia. E os jogadores indicaram que as mudanças foram implementadas com velocidade acima do que os treinos permitem. Na véspera, Dome avaliou a condição do time como se estivesse em começo de temporada.

— Parece que estamos na pré-temporada, estamos em um nível muito baixo na parte física, mas vamos trabalhar para evoluir e fazer essa equipe se tornar vencedora de novo. Esse é meu trabalho, o trabalho dos jogadores. Eu preciso de tempo, os jogadores precisam de tempo — pediu, cobrando “ritmo alto”.

– Quando você joga futebol, sabe que precisa de ritmo, de mais treinamentos para ter um ritmo alto. Quando voltarmos ao ritmo alto, temos mais possibilidades de vencer novamente – avaliou.

Vale lembrar que foram 19 dias entre a final do Estadual e início do Brasileiro, e que os jogadores tiveram 11 dias de folga concedidas pela diretoria. Quando retornaram, ficaram alguns dias sem técnico após a saída de Jorge Jesus. Mas sempre com os trabalhos físicos aplicados pela comissão portuguesa mantidos.

Apesar da sensação de queda física, nutricionistas do Flamengo não têm dados de atletas acima do peso.

Mas como há pouco tempo para os treinamentos, a tendência é que Dome desenhe o time a partir do jogo com o Coritiba, neste sábado, com uma cara mais parecida ao esquema já automatizado com Jesus. E menos do chamado jogo posicional, com o time espaçado e aberto no ataque.

—O sistema defensivo era feito de uma forma e com a chegada do treinador há uma semana e meia não deu tempo de treinar muito. A parte defensiva você para de treinar um dia e muitas coisas deixam de ser feitas. Principalmente a parte defensiva, temos que trabalhar e corrigir — explicou o lateral esquedo Filipe Luis.

O improviso do zagueiro Rodrigo Caio na lateral direita, ponto mais falho da defesa no último jogo, também se deveu a iminente saida de Rafinha para o Olympiakos, da Grécia. Os dirigentes foram comunicados pelo jogador que a proposta fo aceita. João Lucas é a única opção de momento caso Rafinha não atue mais.

Nesta sexta-feira, o vice de futebol Marcos Braz concederá coletiva para esclarecer esse e outros assuntos. O principal desafio será acalmar os ânimos da torcida e na Gávea após um início ruim do técnico espanhol.