Grandes jogadores gostam de grandes jogos, e é isso que Rafael Mineiro, que vive boa fase no Flamengo, projeta para a estreia do rubro-negro na Champions League das Américas de Basquete nesta sexta-feira, às 19h30, no Maracanãzinho. Atual campeão, o clube estreia contra o Boca Juniors, da Argentina, pelo grupo D.

— Muda completamente (em relação ao NBB), até na arbitragem. Por se tratar de um campeonato internacional, eles deixam alguns contatos a mais, o jogo fica um pouco mais físico. Ainda mais quando é Brasil contra Argentina, Flamengo contra Boca. O Flamengo já tem com eles uma rivalidade grande no basquete, já disputaram semifinal de campeonato. Se tratando disso, tem um algo a mais. Além de ser uma grande equipe, ter grandes jogadores internacionais, que já jogaram aqui — diz o ala-pivô.

Campeão da Liga das Américas em 2014, o Fla busca o tri continental. No NBB, no qual ocupa a segunda colocação, tem em Mineiro um dos líderes em eficiência. O bom momento do ala-pivô de 33 anos foi reconhecido por Gustavo de Conti, seu técnico no rubro-negro e na seleção brasileira. Ele e o armador Yago foram chamados na primeira convocação do treinador na equipe nacional.

— O Gustavo é uma pessoa muito fácil de se lidar. Se você é um cara que consegue fazer o mínimo que ele pede para a equipe, que seja nos rebotes, ser dedicado no dia a dia, que possa dar algo para o time, você está dentro e é só conseguir manter. E é isso que tento fazer, ajudar meu time o máximo possível dentro das minhas possibilidades, não tento nada além do que sei que sou capaz. Tento me manter focado em ajudar o máximo possível, e aí o dia a dia com ele fica bem tranquilo. É um cara que exige muito, cobra muito. Eu entendo a posição dele como treinador, quer sempre atingir a perfeição. Tanto no time, quanto na seleção, é muito tranquilo.

Nova posição

Atual campeão do NBB, o Flamengo ocupa a segunda colocação, com nove vitórias e duas derrotas em 11 jogos. O começo de temporada é mais disputado do que o rubro-negro, dominante nas últimas temporadas, se acostumou, mas isso não assusta o experiente jogador, que credita a oscilação ao período de entrosamento das novas peças e adaptação ao estilo de jogo da equipe.

Disputando sua 14ª temporada do NBB, Mineiro tem lidado com uma novidade dentro de quadra. Mais acostumado a atuar como pivô, tem sido testado, desde o ano passado, na posição de ala, mais longe da cesta. Uma função que exige um pouco mais de fundamentos como drible, passe e visão de jogo.

— Está sendo uma coisa nova para mim. Fiz isso quando tinha 20 anos, e o Gustavo me colocou no ano passado para marcar alguns jogadores, acho que consegui me saí bem. Esse ano ele tem me usado muito mais de ala. É uma função nova, mas é o que eu falei antes, (tem que) fazer aquilo que você tem feito, nada de diferente. Lógico que jogar na ala tem suas dificuldades, não sou um grande driblador e não vou ficar inventando muito, vou fazer o básico. Faço o que o time precisa, ir nos rebotes, às vezes atacar um ala mais baixo. Estou me sentindo muito bem, confiante e espero continuar ajudando a equipe assim.

Entre seus objetivos na carreira, o jogador busca seguir conquistando títulos pelo rubro-negro, como tem feito nos últimos anos. Mas um grande desejo é pelo Mundial de Clubes, que terá participação do clube carioca, classificado por conta do título continental. Na seleção, mira Mundial e Jogos Olímpicos.

Vivendo uma das grandes fases da carreira aos 33 anos, o jogador natural de Uberaba (MG) diz que pretende seguir jogando por um bom tempo. Ele conta os segredos para a longevidade: entre eles, alimentação, sono de qualidade e manter-se em atividade física sempre que possível.

— Eu brinco com os meninos que sou muito jovem ainda. Mas é porque me preparei bastante para esse momento. Me cuido desde sempre. Fora das quadras, durmo bem, me alimento bem, treino bastante. Fora de temporada, na folga, eu não consigo mais ficar parado, senão o retorno depois fica muito difícil. Já venho me preparando há muito tempo para chegar nessa idade bem.