O técnico Maurício Barbieri só conseguiu comandar, no período de dois meses, entre julho e setembro, seis treinamentos completos para ajustar o time. É menos de um terço do número considerado ideal pelo Centro de Excelência em Performance do clube, de 19 atividades. O levantamento foi apresentado ao EXTRA pelo coordenador científico Daniel Gonçalves, que sustenta que o modelo foi capaz de recuperar fisicamente os jogadores mesmo durante a maratona de jogos recente, mas não para evitar a queda na eficiência.
Só nesta semana Barbieri terá três treinos completos, com carga e sem preocupação com a fadiga dos jogadores. Metade do que teve em dois meses.
Em dois meses o Flamengo jogou três vezes por semana. Para o jogo com o Vasco, no sábado, o intervalo foi de 67 horas, porque a CBF botou a partida às 19h para não cair no número inferior a 66 horas proibido pela Fifa. Nessas situações, o time faz um treino reduzido um dia antes dos jogos, recupera nos dois dias seguintes, e o próximo já é uma véspera novamente.
— Os treinos completos são apenas quando jogamos sábado e quinta-feira. Recupera domingo, segunda. Treina terça completo. Não tem outra coisa a fazer. Tem que recuperar — defende Daniel Gonçalves.
O Flamengo não atribui a queda de desempenho ao fato de não ter priorizado uma competição. Com a parte física como ponto alto, faltava dar conjunto a um grupo que ganhou peças novas sem tempo para se entrosarem e promover eficiência de um ataque desajustado. O que na avaliação da comissão técnica só seria possível com dias de treino a pleno vapor. O departamento se defende e alega também que durante a para da Copa do Mundo, a primeira das três semanas foi direcionada apenas à recuperação. Justamente prevendo a maratona nos meses posteriores.
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