Flamengo x Cruz Azul vira tema das últimas horas em Doha: enquanto Lorenzo Faravelli ressalta a força coletiva do Rubro-Negro para o duelo de quarta-feira (10) pela Copa Intercontinental, Erick Pulgar trata da relação com a torcida e um possível rival do Mengão, o Pyramids, vive sob pressão após goleada no Egito.
Análise do rival: Faravelli aponta três virtudes que preocupam
Lorenzo Faravelli, meia do Cruz Azul, avaliou com respeito o elenco comandado por Filipe Luís e destacou três pontos que considera decisivos: qualidade do plantel, jogo em equipe e atletas com experiência na Europa. Para o argentino, esses fatores tornam o Flamengo um adversário muito duro.
Ao listar os argumentos, Faravelli ressaltou como o clube soube transformar nomes de destaque em uma engrenagem coletiva, o que reduz a dependência de lampejos individuais e aumenta a previsibilidade tática do time.
“Uma virtude do Flamengo é que ele conseguiu jogadores muito bons e transformou isso em uma equipe totalmente coletiva. Não depende de uma individualidade, embora eles tenham individualidades muito boas. Esse é o grande valor que seu treinador conseguiu”
O meia também citou nomes do elenco para ilustrar a experiência internacional presente no elenco rubro-negro, apontando que essa bagagem técnica costuma ser colocada a serviço do coletivo, algo que preocupa o Cruz Azul.
“Eles têm jogadores de muito peso, com passagem pela Europa, e que se colocam a serviço do coletivo. Arrascaeta, Plata, Bruno Henrique, Jorginho… posso nomear vários. Mas, no final, eles fazem tudo em equipe”
“Temos muita esperança de amanhã fazer um jogo muito bom. Sabemos a magnitude do rival. Conheço muito bem, enfrentei várias vezes na América do Sul. Estamos muito orgulhosos de jogar este campeonato e de enfrentar um rival da grandeza do Flamengo”
Pulgar, a torcida e o recado: mudar a imagem de “pegador”
Erick Pulgar recebeu com bom humor a música que os torcedores cantam no Maracanã, mas deixou claro que gostaria de suavizar a imagem de volante duro na marcação. O chileno vê o carinho da Nação, mas prefere que a narrativa sobre seu jogo mude.
“Eu recebo como um carinho. Acho que a música não é das melhores (risos), mas sinto o carinho deles, e isso me deixa feliz no dia a dia também. Vou tentar pegar menos, para que a canção seja outra”
Pulgar também voltou a comentar o lance que quase lhe rendeu expulsão na final da Libertadores e justificou o contexto, lembrando de uma jogada anterior envolvendo outro jogador.
— Na verdade, já tinha acontecido uma jogada anterior com o Carrascal, então, se forem falar só da minha, não é justo. Depois da falta, o Varela estava perto de mim e me perguntou o que tinha acontecido, porque ele não viu a jogada, mesmo estando perto. Quando ouvi que estava confirmado que era amarelo, aí me acalmei um pouco. Mas a verdade é que me assustei um pouco com o risco de ser expulso —, recordou.
Sobre o trabalho diário com o treinador, Pulgar destacou a ênfase tática de Filipe Luís e atribuiu parte de sua evolução à experiência no futebol italiano, o que o ajudou a assimilar exigências defensivas e posicionais do time.
— Acho que toda vez que falo com ele, antes mesmo do “bom dia”, ele já está falando de tática. E eu também comento isso com ele. Meu passado no futebol italiano me ajudou muito na parte tática, e isso é algo que levo comigo até hoje. O time tem gás até o fim do ano. Queremos terminar bem o ano, jogando da melhor maneira, e depois descansar um pouco e voltar com tudo no próximo ano —, falou Pulgar.
— Agora já estou mais confiante, mais tranquilo também. Naquele período eu não vinha jogando muito, então minha cabeça era diferente. Agora já me sinto, posso dizer, titular, já tenho outra confiança e mais segurança também — concluiu, sobre o Mundial há três anos.
Pyramids em alerta: goleada no Egito e possíveis reflexos na Copa Intercontinental
Enquanto o Flamengo se concentra no confronto contra o Cruz Azul, o provável adversário na semifinal, o Pyramids, sofreu derrota por 6 a 1 para o National Bank na Copa da Liga do Egito, escalando um time majoritariamente jovem e poupando titulares.
O placar expressivo e a queda de rendimento geraram inquietação na imprensa egípcia e acenderam um sinal de alerta sobre a preparação do atual campeão africano, caso venha a enfrentar o Mengão no sábado.
No cenário da Copa Intercontinental — chamada também de Copa Challenger nesta edição —, o Flamengo avança embalado pela Libertadores e pelo Brasileirão e quer manter a consistência que transformou o elenco em uma unidade perigosa para qualquer adversário.
Escalação, tática e clima: mensagens internas e opções de Filipe Luís
Filipe Luís conta com um grupo profundo; nomes como Arrascaeta, Bruno Henrique, Pedro e Allan aparecem como opções, dependendo do momento físico de cada um. A coerência tática e a capacidade de substituir sem perder identidade foram ressaltadas por rivais e confirmadas pela rotina de treinos.
No último treinamento antes do jogo com o Cruz Azul a ênfase foi em transição, organização defensiva e compactação do meio de campo — mecanismos que buscam neutralizar as ações de contra-ataque e explorar a condição técnica dos atacantes rubro-negros.
Para a torcida, resta confiar: o Flamengo viaja a Doha como favorito e como representante da força coletiva que Faravelli destacou. A expectativa é transformar a atenção externa em foco dentro de campo, começando pela partida de quarta-feira (10).