As cenas de selvageria do lado de fora e dentro do Maracanã e as invasões protagonizadas por torcedores do Flamengo, na final contra o Cruzeiro, na noite de quinta-feira, foram potencializadas, segundo informações obtidas pelo clube, pela falta de policiamento nos arredores do estádio. O efetivo do batalhão de apoio estaria reduzido em até 200 homens (Segundo o Gepe, foram cerca de 350 homens trabalhando no jogo). Segundo o comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios, Major Silvio Luiz, o número de agentes foi o esperado e houve reforço de cavalaria, Choque e do próprio Gepe.
– As invasões não foram tantas. Alarmante foi o número de pessoas sem ingresso circulando e querendo invadir. O Choque teve que atuar várias vezes. Dispersaram vários grupos sem ingresso. E dentro estavam invadindo outro setor. A segurança privada tentou conter sem sucesso. Foi acionado o Gepe. Em uma das entradas do estádio em um momento houve aglomeração grande e foi necessário abrir os portões para reestabelecer a revista – explicou o comandante.
Segundo o major, o saldo da operação foi positivo. O controle nos acessos foi feito, apesar de muito torcedor sem ingresso insistir em chegar ás bilheterias.
– Esse controle foi feito. Circulavam mas não chegavam até as roletas. O setor C teve tumulto porque era muita gente mesmo. Os bloqueios foram feitos em frente ás entradas. Tanto que rodavam o tempo todo tentando invadir. O efetivo do Gepe foi todo composto. Estava o regimento, batalhão de Choque, e o sexto batalhão – explicou Silvio Luiz, desconhecendo o menor efetivo.
Para o comandante do Gepe não adianta pensar em mais policiamento.
– A gente tem que tentar conter. Mas o que tem que mudar é o comportamento do torcedor. Colocamos o Choque, dispersamos baderneiros. Para não acontecer, o torcedor tem que se comportar de forma adequada. Não tem como ter mais policiamento. O número foi adequado. Não tem como evitar que pessoas sem ingresso estejam ali – lamentou.
As brigas envolvendo organizadas serão avaliadas e punições podem ser pedidas ao Ministério Público. A Torcida Jovem do Flamengo já está esfacelada, segundo o Major, e a Raça Rubro-Negra, que tem punição e não pode levar materiais, pode ser suspensa.
– A briga no entorno foi na General Canavarro. Escoltamos a torcida do Cruzeiro. O grupo da Jovem e da Raça nem deviam ter ingresso. Mas não teve prisão. Hoje a Jovem praticamente não existe. Se transformou em gangue. Raça entra sem material. Vamos tentar identifcar para avaliar o pedido de punição – disse o comandante do Gepe.
– Considerando a quantidade de pessoas sem ingresso, conseguimos ter algum sucesso. Os problemas foram por conta das muitas ações para reprimir – finalizou.
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