Pedro foi o nome da tarde no Maracanã. Participando diretamente dos três gols do Flamengo na vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras, o camisa 9 voltou a aparecer em momento decisivo do Brasileirão e resumiu a sensação de uma equipe que reencontrou confiança antes da semifinal da Libertadores. A partida, disputada neste domingo, 19 de outubro de 2025, teve emoção, polêmica e uma resposta rubro-negra que reacende a briga pelo título nacional.
O placar final foi construído no primeiro tempo: Arrascaeta abriu o marcador, Jorginho converteu pênalti após falta sofrida por Pedro e o próprio centroavante fechou a conta antes do intervalo. Vitor Roque e Gustavo Gómez ainda descontaram para o Palmeiras, mas não conseguiram evitar a derrota do rival no Maracanã.
No pós-jogo, Pedro falou com emoção sobre seu ano e o momento pessoal dentro do elenco, deixando claro o quanto a vitória tem peso para o jogador e para o time em um calendário de decisões.
— Deus me deu muita força esse ano para recuperar, para sustentar todas as coisas que aconteceram comigo. Hoje foi uma prova disso, jogo importante. Se a gente perdesse, ficaríamos muito longe do Palmeiras. Claro, ainda tem muito campeonato pela frente — disse Pedro.
O atacante também ressaltou a entrega coletiva e agradeceu aos companheiros pelo empenho em um clássico repleto de tensão e qualidade técnica.
— Sabíamos que era um jogo importante. Felicidade muito grande da nossa equipe, graças a Deus eu também fui bem, fazendo gol, dando passe e sofrendo pênalti. Então, agradecer aos companheiros pelo esforço. Vitória muito importante em um clássico. Os dois times deram o 100%, foi um grande jogo. O futebol ganha com esse jogo — acrescentou o camisa 9.
Pedro reencontra o protagonismo
A atuação de Pedro foi completa: assistência, pênalti sofrido e gol marcado. São ações decisivas que ressaltam o papel do camisa 9 como referência ofensiva do Flamengo quando o time precisa de definições rápidas dentro da área adversária.
Em uma temporada marcada por oscilações e cobranças públicas, o atacante respondeu em campo e ofereceu um resultado que vale não apenas três pontos, mas um reforço de moral para o elenco e para a torcida. A confiança renovada de Pedro tende a contagiar o setor ofensivo rubro-negro nas próximas partidas decisivas.
Arrascaeta e a conexão com a Nação
Arrascaeta foi outro ponto alto do jogo. Autor de um gol e uma assistência, o camisa 10 evidenciou a sintonia com Pedro e com a torcida, fator que o próprio uruguaio destacou ao fim da partida.
“Primeiramente, estou feliz pelo clima que se criou. A conexão com o torcedor, que jogou junto hoje. Isso tem um grande papel. Saímos felizes, porque para nós foi uma final. Como eu falei, agora temos mais dez finais”, afirmou o uruguaio, ainda à beira do campo.
O meia também já projetou a sequência de compromissos e lembrou que a Libertadores é o foco imediato, sem perder de vista a reta final do Brasileirão.
“Cada jogo é muito importante. O próximo será contra o Fortaleza, mas agora temos a Libertadores, que é outra história. Na verdade, essas tardes de Maracanã são incríveis”, completou.
Polêmica com a arbitragem e reações
A vitória rubro-negra veio acompanhada de reclamações do lado palmeirense, sobretudo nas jogadas envolvendo pênalti e possíveis faltas dentro da área. Abel Ferreira foi enfático em sua avaliação ao término da partida, apontando incômodo com decisões que, em sua visão, impactaram o resultado.
“Não quero falar de arbitragem. Os lances estão aí. Tivemos mais um pênalti não marcado”, disse. “Tenho sido expulso, falei sobre os árbitros nos últimos cinco anos. Dizem que eu sou chato, que fui contra a profissionalização. As imagens estão aí. Não é minha função”, iniciou.
“Pedro também tira vantagem da queda do Fucks.”
“No pênalti o Bruno Fucks poderia evitar, mas temos que ver o que aconteceu antes. Se fosse basquete era falta de ataque. Pedro dá um empurrão e tira vantagem. E ainda houve falta no Vitor Roque antes. Mas o árbitro que decide”, completou.
“As coisas com esse árbitro não funcionam muito bem, já me expulsou umas quatro ou cinco vezes. A forma como falou com os meus jogadores no final, desligou o microfone… Enfim. Todos têm que melhorar. Eu, meus jogadores, vocês (imprensa) e os árbitros.”
Do lado do Flamengo, Filipe Luís e o diretor técnico José Boto foram diretos nas respostas. A leitura rubro-negra foi a de que a equipe teve autoridade e que as reclamações do rival extrapolaram o que ocorrera na partida.
— O momento da substituição foi um erro mais nosso do que de comunicação entre nós do que do árbitro, mas não sinto que nenhuma equipe foi prejudicada hoje pela arbitragem. Convenhamos, se tem alguém que não pode reclamar de arbitragem é o Palmeiras. Então, para mim, justo o resultado — disse Filipe Luís.
“Uma arbitragem sem casos. Não foi a melhor arbitragem, houve muita falta que não nos deram e deveria ter dado. Três ou quatro falta sobre o Arrascaeta, feitas quase sempre pelo mesmo jogador e sem cartão. Agora, em termos de casos que não houve, se alguém está a reclamar é porque não está habituado a não ser ajudado.”
Como se desenrolou a partida
O Flamengo construiu a vantagem ainda na etapa inicial. A sequência que definiu o placar mostra a capacidade ofensiva rubro-negra de transformar poucas finalizações em gols importantes: eficiência e precisão na hora de concluir.
Arrascaeta marcou o primeiro, Jorginho converteu pênalti sofrido por Pedro e o camisa 9 fechou a conta antes do intervalo. Na segunda etapa, embora o Palmeiras tenha tentado reagir e feito dois gols, o Mengão soube administrar o resultado e evitar reviravolta adversária.
Números e importância da dupla Arrascaeta–Pedro
Os dados do campeonato colocam a dupla como centro do rendimento ofensivo do Flamengo. Arrascaeta e Pedro somam participações diretas em boa parte dos gols rubro-negros no Brasileirão, atestando dependência ofensiva, mas também excelência quando ambos estão inspirados.
O destaque estatístico é parte do motivo pelo qual a torcida e a comissão técnica depositam expectativa na dupla nas decisões que se aproximam, tanto no cenário nacional quanto continental.
Rumo à Libertadores
Com a vitória, o foco do Flamengo muda rapidamente para a semifinal da Copa Libertadores. Na quarta-feira, 22 de outubro, o Rubro-Negro recebe o Racing (ARG) no Maracanã pela partida de ida.
O desafio da comissão técnica agora é preparar o elenco para um duelo que exige intensidade física e mental, ao mesmo tempo em que a recuperação e a gestão de minutagem dos jogadores precisam ser bem dosadas para manter desempenho em alto nível.
Impacto na tabela e no moral do grupo
O triunfo deixou o Flamengo com 61 pontos, empatado com o Palmeiras na liderança do Brasileirão, embora a equipe paulista mantenha a ponta no saldo de vitórias. Mais do que a colocação, o jogo serviu para recuperar a autoconfiança do elenco em um momento decisivo do calendário.
Em termos psicológicos, vencer um clássico em casa, com a torcida empurrando, tem efeito multiplicador: eleva a crença do grupo e melhora o ambiente interno, fatores que podem fazer diferença em confrontos equilibrados nas próximas rodadas.
Ambiente no Maracanã
O Maracanã viveu uma tarde de grande envolvimento da Nação. Faixas, cânticos e pressão positiva em momentos importantes contribuíram para a intensidade do jogo e para a resposta coletiva do time em campo.
Arrascaeta destacou a importância desse suporte e resumiu bem a sensação que fica após uma exibição em que torcedores e atletas parecem alinhados rumo a um objetivo comum.
Próximos passos e atenção tática
Após o clássico, a comissão técnica precisa ajustar alguns pontos táticos e monitorar condição física de jogadores mais desgastados para os duelos decisivos. A rotatividade e a proteção de atletas-chave serão temas centrais nos treinos até a partida contra o Racing.
A sequência exigirá equilíbrio entre manter a base que vem rendendo e preservar peças para evitar lesões e queda de rendimento em momentos-chave.
O Flamengo entra agora em uma fase de jogos decisivos que podem definir sua temporada: ancorado pela atuação de Pedro e Arrascaeta, o Mengão busca traduzir a vitória sobre o Palmeiras em trajetória sólida rumo aos dois objetivos maiores que restam em 2025: a Libertadores e o Brasileirão.