Poucas horas antes da final do Mundial de Clubes, jogadores do Flamengo e a diretoria entraram em colisão por conta das premiações referentes aos títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. Nesta quinta-feira, o colunista Renato Mauricio Prado revelou as planilhas originais que causaram essa discórdia.
A principal queixa foi a redução dos funcionários mais humildes. Os diretores achavam, de acordo com o colunista, que “era um absurdo que alguns fossem ganhar muitas vezes o valor de seus baixos salários”.
O massagista Jorginho, que faleceu há dias por conta da Covid-19, foi um dos exemplos. Pela planilha original, ele deveria receber R$ 43.190 (R$ 24.439 com desconto de impostos e taxas). Com salário de R$ 5.600, acabou recebendo apenas R$ 8 mil.
Na negociação, os atletas levaram 70% e 30% ficaram para os demais funcionários. O cálculo foi usado em critérios estabelecidos ainda no primeiro ano da administração do presidente Eduardo Bandeira de Mello. A ideia inicial da cúpula, que contava com o atual presidente Rodolfo Landim, era ter o “bicho” só para jogadores, mas como não foi bem recebida acabaram colocando esses 30%.
Jorge Jesus e sua comissão técnica receberam valores individuais estabelecidos em contrato. O técnico tinha a garantia desde o início que receberia 1 milhão de euros pelo título Brasileiro e 1,5 milhão de euros pela Libertadores. O euro cotado em contrato era 4,40, e os valores estão isentos dos impostos que foram cobrados para jogadores e funcionários.
Diretores não sofreram os cortes que funcionários mais humildes tiveram. Renato Mauricio Prado destaca que o diretor executivo Bruno Spindel recebeu R$ 432.660 pelo Brasileiro e R$ 789.868 pela Libertadores. Total: R$ 1.222.528. Descontados os 43% (R$ 525.687) embolsou líquido R$ 696.841