Por: Higor Neves
O Flamengo é, há anos, um dos clubes com gestão mais transparente e sólida do Brasil. Periodicamente, balanços e demonstrações financeiras são divulgadas pelo Rubro-Negro em seu site. Nesta semana, mais uma foi publicada e, em meio às informações, foi indicado um decréscimo de 30% dos direitos econômicos que a equipe tinha do atleta Gustavo Cuéllar. Isso porque, se antes o clube afirmava ter 100% do jogador, agora, no documento, a fatia indicada é de 70%.
Desde a contratação do jogador, toda as demonstrações apontam que o Flamengo era detentor dos direitos econômicos de Cuéllar em sua totalidade (veja documentos abaixo). No entanto, no documento mais atualizado, a mudança é indicada entre o período de dezembro de 2018 e julho de 2019.
Apesar da ‘redução’ de 30%, clube garante que direitos não foram cedidos
Após análise dos documentos, a reportagem do Coluna do Fla apurou com pessoas ligadas ao clube sobre qual seria o motivo da redução. Alguns dirigentes informaram que sequer tinham conhecimento da questão. Porém, a resposta obtida foi que, desde a chegada de Cuéllar, o Flamengo já tinha direito a “apenas” 70% em uma possível venda.
Isso se explica através do negócio feito com o América de Cali em 2016, clube ao qual Cuéllar pertencia antes de ser comprado pelo Fla. À época, as equipes firmaram um acordo em que os colombianos teriam direito a 30% em um futura negociação, como um “bônus de venda”. Sendo assim, pela interpretação da diretoria anterior, o Rubro-Negro era dono dos direitos de Cuéllar em sua totalidade. Contudo, na mudança de gestão, ocorrida entre o dezembro de 2018 e janeiro de 2019, a nova diretoria entendeu que, por ter que ceder 30% do valor de uma possível venda, o Fla é dono de 70% dos direitos do jogador, como demonstrado no documento lançado recentemente.