O Flamengo recebeu outro golpe em sua imagem pelo incêndio que vitimou 10 garotos no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, no início de fevereiro. Nesta terça-feira, o Instituto Ethos anunciou a exclusão do clube do seu quadro de associados pela falta de diálogo, transparência e responsabilidade social.
O Ethos é uma organização da sociedade civil de interesse público que objetiva mobilizar, sensibilizar e ajudar empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. O time rubro-negro foi o primeiro clube de futebol a associar-se, em junho de 2018.
Segundo o instituto, o Flamengo não cumpriu a Carta de Princípios da entidade após a tragédia nas categorias de base.
“Tentamos manter um diálogo próximo, por meio do encaminhamento de ofício para entender a visão e o comportamento do Flamengo diante dos fatos e entender a visão do clube em relação à sua responsabilidade e aos princípios estabelecidos na carta”, disse Caio Magri, diretor-presidente do Ethos.
“Infelizmente, apesar do ofício enviado e de contato telefônico, não obtivemos qualquer retorno”, declarou.
O Flamengo ainda pode recorrer da decisão.
Leia, na íntegra, o comunicado do Ethos:
Nesta segunda-feira (29), o Ethos comunicou ao Clube de Regatas do Flamengo, associado ao Ethos desde junho de 2018 e primeiro clube brasileiro a fazê-lo, a sua desassociação do Instituto.
A reputação conquistada pelo Ethos em seus mais de 20 anos de existência se deve à sua independência, autonomia e defesa de um comportamento transparente e íntegro por parte das associadas. Em sua trajetória, o Instituto tem buscado tornar-se parceiro no movimento de transformação de empresas e organizações, estabelecendo o cumprimento de sua Carta de Princípios como necessária contrapartida de suas associadas.
A decisão se deu após procedimento de análise de possível descumprimento da Carta de Princípios do Ethos, por parte do clube, no incêndio ocorrido no Centro de Treinamento (CT), que ocasionou a morte de 10 jovens. “Tentamos manter um diálogo próximo, por meio do encaminhamento de ofício para entender a visão e o comportamento do Flamengo diante dos fatos e entender a visão do clube em relação à sua responsabilidade e aos princípios estabelecidos na carta”, declara Caio Magri, diretor-presidente do Ethos, e completa: “Infelizmente, apesar do ofício enviado e de contato telefônico, não obtivemos qualquer retorno”.
Em função da ausência de diálogo, e a partir das informações públicas sobre o caso, o Comitê de Ética do nosso Conselho Deliberativo e a Assembleia Geral entenderam haver descumprimento da Carta de Princípios no que diz respeito aos compromissos de Diálogo, Transparência e Responsabilidade Social.
Assim, conforme o artigo 7º do Estatuto Social do Ethos, houve a deliberação pela exclusão do Flamengo do quadro de associados. “É importante ressaltar que é facultado ao associado o direito de ampla defesa e recurso diante da decisão, como prevê o Estatuto do Instituto Ethos”, conclui Magri. O prazo para apresentação de recurso é de dez dias úteis, a partir desta data.