Convocada, a torcida do Flamengo não respondeu ao chamado para ajudar o time na busca por uma vaga na final da Copa Sul-Americana. As chances de título e de retorno à disputa da Libertadores começam a ser decididas nesta quinta-feira, às 21h45m, no Maracanã, na primeira partida da semifinal contra o Junior de Barranquilla, da Colômbia. Até nesta quarta-feira, foram vendidos menos de 30 mil ingressos.
Após a decepção na Libertadores no meio do ano e a queda de desempenho no Brasileiro, a desilusão tomou conta da torcida, sentimento refletido em arquibancadas vazias na Ilha do Urubu. O clube optou por novamente fechar o setor oeste do Maracanã, como fez no Fla-Flu da fase anterior, em vez de diminuir o preço dos ingressos. A procura caiu mais em relação às quartas de final, apesar da vitória sobre o Corinthians.
O resultado de domingo não tirou do jogo de hoje seu caráter decisivo, dentro e fora de campo. A conquista do título é a certeza da manutenção do projeto Libertadores, principal objetivo da temporada. E, com ele, da permanência do técnico Reinaldo Rueda e do comando do futebol, em xeque. A queda na semifinal anteciparia uma crise que nem a ida a Libertadores pelo Brasileiro amenizaria. O treinador mostrou saber disso.
– Será vital pelas aspirações que temos, pela grande meta que é um torneio internacional. Sabemos que serão quatro jogos dificílimos. Precisamos pensar primeiro nesses dois. Um bom resultado mudaria todo esse ambiente e levantaria o ânimo do grupo, tanto para o Brasileiro quanto para avançarmos nessa semifinal – ressaltou Rueda, que também convocou a torcida.
O clube descartou reabrir o setor oeste do Maracanã após protestos nas redes sociais. Um dos argumentos é que nos últimos jogos em competições sul-americanas o público não foi grande. Até em caso de rivais, por exemplo. O São Paulo, último clube grande semifinalista, em 2014, teve 32 mil no Pacaembu. Na semifinal da Mercosul, em 2001, o Flamengo teve apoio de 37.528 pagantes contra o Grêmio. Fora isso, públicos menores na Mercosul e Supercopa.
Neste ano, o clube abriu o setor apenas na Libertadores e semifinal e final da Copa do Brasil, quando a torcida de fato apoiou. Agora, jogadores vão precisar jogar por si para reconquistar os torcedores.
– Para nós, será muito importante a companhia da torcida. Precisamos do seu apoio. A equipe está em um estágio importantíssimo de um torneio internacional. Precisamos desse suporte para que se sinta esse calor, essa paixão – pediu Rueda, que confirmou o retorno do zagueiro Rever na partida.
MANCUELLO EM ALTA
Titular em apenas 18 jogos do Flamengo na temporada, dois no segundo semestre, Mancuello só jogou 90 minutos três vezes em 2017. No Estadual, com Zé Ricardo, atuou pelo lado do ataque, mesma posição em que foi testado por Rueda nos treinos para o jogo de hoje diante do Junior de Barranquilla. A boa atuação na posição frente ao Corinthians fez o argentino ressurgir em um momento em que já era considerado um dos atletas a serem negociados em 2018.
Com mais dois anos de contrato, Mancuello, que chegou para atuar no meio-campo, jamais teve sequência na posição e beliscou oportunidades em outros setores. Na ponta esquerda, devido à ausência de Everton, ele pode reaparecer hoje. Rueda testou o jogador e também colocou Lucas Paquetá na vaga. O jovem leva vantagem por ter tido mais sequência recentemente, mas Mancuello tem a experiência a favor e larga na frente.
As chances anteriores foram todas frustradas. O argentino estreou na Libertadores contra o San Lorenzo no Maracanã e saiu machucado, apesar da vitória. Chegou a ter sequência com Zé Ricardo, mas depois desapareceu. As entradas passaram a ser esporádicas. Até que se tornaram raras.
Antes de enfrentar o Corinthians, jogou em setembro, contra o Avaí. Antes disso, em julho, diante do Palmeiras, pelo Brasileiro. Chegou a disputar a Sul-Americana diante do Palestino, mas não jogou na Copa do Brasil. Desta vez, Mancuello tem certamente a última chance do ano.
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