A maré do Flamengo, aparentemente, virou. Mesmo ainda longe de um futebol vistoso, a equipe voltou a competir. E a bola, a entrar. Assim veio a vitória diante do Goiás, ontem, fora de casa, que recoloca o time de Rogério Ceni no páreo pelo título, e minimiza a pressão sobre o treinador. Foi apenas a quinta vitória em 13 jogos. Depois de dois gols anulados de Gabigol, o camisa nove, que retornara ao time titular, voltou a marcar. Arrascaeta abriu os caminhos para o 3 a 0, e Pedro fechou o placar.

O resultado deixa o rubro-negro com 52 pontos, a cinco do líder São Paulo, e um jogo a menos. Na quinta-feira, o adversário é o Palmeiras, que vem logo abaixo na tabela. O Flamengo de Ceni não venceu nenhum rival direto pela liderança, vale lembrar. E vai precisar jogar muito mais do que com o Goiás para isso.

A estrutura da equipe na partida em Goiânia teve modificações muito tímidas em termos de ideias de jogo. Não houve evolução tática e técnica. A diferença inicial foi o ímpeto dos jogadores em buscar intensidade. Ainda que tecnicamente a ausência de Gerson tenha pesado, Diego entrou bem na função de transição no meio-campo, e distribuiu a bola com inteligência. Sem a bola, o time ensaiou uma pressão, mas logo a afrouxou.

Na parte técnica, ainda se pôde ver muitos atletas aquém do esperado. Bruno Henrique e Éverton Ribeiro principalmente. As principais triangulações foram por dentro, com Gabi, Arrascaeta e Diego. Na melhor delas, o uruguaio chutou, a bola desviou na defesa e entrou.

Ainda assim, o Flamengo era burocrático, com pouca movimentação e bolas forçadas na área. Na bola aérea do Goiás, o perigo foi maior com Fernandão e Rafael Moura. Entretanto, Hugo Neneca, de volta no lugar de César, não comprometeu dessa vez.

No segundo tempo, os donos da casa tentaram sair, e o Flamengo aproveitou. Bruno Henrique arrancou, passou pelo defensor caído, e serviu Gabigol. A dupla artilheira pode ser decisiva na reta final se voltar aos grandes dias da temporada 2019. Sobretudo com a presença de Pedro, que entou para marcar o terceiro nos acréscimos. Dessa vez, o que importava eram os três pontos.