Lenda do basquete norte-americano e do esporte mundial, Kobe Bryant faleceu neste domingo vítima de um acidente de helicóptero em Calabasas, na Califórnia. Durante a carreira, conquistou cinco títulos de NBA, duas Olimpíadas e fez história com a camisa do Los Angeles Lakers. Porém, o que pouca gente sabe é que o camisa 24 foi consultado sobre a possibilidade de jogar no Brasil e chegou a conversar com o Flamengo, que tentou a contratação.

Isso aconteceu em 2011, quando a NBA enfrentava a segunda maior greve da história. Foram mais de cinco meses de paralisação até jogadores e proprietários de times acertarem um novo acordo trabalhista, válido por 10 anos. Enquanto a bola laranja não subia e os atletas viviam uma indefinição sobre o que fazer na temporada, o Flamengo sonhou com a contratação de Kobe Bryant.

— Quando a teve a paralisação da NBA, em 2011, chegou aos nossos ouvidos a possibilidade de trazer o Kobe Bryant. Um amigo em comum que tem contato com os agentes dele trouxe até uma proposta. Ele queria vir jogar — declarou Arnaldo Szpiro, diretor de basquete do Flamengo na época.

Mas a proposta de Kobe Bryant assustou aos dirigentes rubro-negros. Para assinar o contrato, com tempo determinado até o fim da greve da NBA, Kobe pediu US$ 1 milhão por mês, uma cobertura no Leblon para morar, um automóvel Mercedes de última linha blindada e, além disso, a companhia de seis seguranças.

— Era muito dinheiro. Como pagar isso? A gente ficou empolgado com a possibilidade, queríamos nem que fosse por um jogo, mas na época o Flamengo não estava tão bem estruturado e não viabilizamos o projeto. Foi um sonho de uma noite de verão — lamentou o ex-dirigente.

As negociações duraram apenas dois dias até todos perceberem que o acordo não seria feito. A ex-presidente Patricia Amorim respondeu o que representaria ter contado com o jogador naquele momento.

— Em qualquer época seria fantástico . Uma honra só de ter nos procurado — disse.

Pouco depois, o ala-armador Leandrinho anunciou sua transferência para o Flamengo e jogou durante o período de indefinição com uma cláusula que permitia o retorno à liga profissional dos Estados Unidos.

— O Leandrinho foi uma empresa que ajudou a trazer, não desembolsamos um centavo que fosse. Ele jogou uns dois meses, até o final da greve da NBA — conta Arnaldo, citando a BMG, empresa que patrocinava o basquete rubro-negro na época.

Para muitos, Bryant é o maior jogador que surgiu na NBA após a “Era Jordan” no Chicago Bulls, e os números individuais e conquistas coletivas ajudam a explicar o porquê.

Após uma dolorida derrota por 4 a 2 para o arquirrival Boston Celtics na final de 2008, Kobe chamou para si a responsabilidade nas finais de 2009 e 2010. Primeiro com um 4 a 1 sobre o Orlando Magic de um Dwight Howard no auge, e depois numa revanche sobre o Celtics de kobePierce, Garnett, Allen e Rondo num emocionante 4 a 3. Deixou as quadras em 2016, com mais de 33 mil pontos e no posto de terceiro maior cestinha da história da NBA.