Flamengo x Pyramids: Arrascaeta no centro, dúvida com Pedro e sonho de Kauã aquecem a semifinal

Flamengo x Pyramids volta a parar a atenção da Nação rubro-negra neste fim de semana. A semifinal da Copa Intercontinental, marcada para este sábado (13), às 14h (horário de Brasília), no Estádio Ahmad bin Ali, reúne expectativa, tensão tática e histórias pessoais que ajudam a compor o clima antes do jogo decisivo. O time de Filipe Luís busca a vaga na final contra o PSG e precisa equilibrar forma física, opções ofensivas e marcação específica sobre as peças-chave do adversário.

Kauã Santos mantém laços e sonha com retorno ao Flamengo

Revelado nas categorias de base do Flamengo, o goleiro Kauã Santos, hoje no Eintracht Frankfurt, segue ligado ao clube que o projetou. Em entrevista recente, ele reforçou o vínculo afetivo com o clube e deixou claro o desejo de, um dia, voltar a vestir o Manto.

“Quando eu não posso assistir o jogo que está acontecendo ao vivo, eu vejo os lances depois. Mas sempre que eu posso, estou acompanhando. O Flamengo não tem como. Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.”

Kauã deixou o Flamengo em agosto de 2023 em negociação com o clube alemão que envolveu 1,6 milhão de euros por 70% dos direitos econômicos; o Rubro-Negro manteve 30% e segue com participação em venda futura. Na Alemanha, passou por momentos de titularidade, sofreu uma lesão de ruptura de ligamentos e, após a recuperação, encontrou concorrência intensa de Michael Zetterer.

“Ah, o futebol está aí. A gente sabe que é difícil, mas vou estar na torcida, como sempre, espero que ganhe.”

Além do afeto, o depoimento de Kauã reforça a dimensão emocional da semifinal para a torcida: ex-atletas acompanham, torcem e vibram com a possibilidade de o clube conquistar mais um título internacional.

Jurcic exalta Arrascaeta e tenta transferir pressão

Do lado do Pyramids, o técnico Krunoslav Jurcic destacou publicamente a importância de Arrascaeta como fator de desequilíbrio. O croata avisou que sua equipe preparou um trabalho específico para tentar neutralizar o camisa 10 do Flamengo, reconhecendo o alto nível do adversário.

“Para mim, a grande surpresa é o número 10, o uruguaio. Ele pode mudar o jogo com um passe, é um jogador que muda partidas, ele é muito importante. Esses atletas que mudam o ritmo do jogo, nós temos que jogar de maneira compacta. Vamos tentar marcar o Arrascaeta da melhor maneira possível”

Arrascaeta chega ao encontro com números que justificam a atenção rival: 25 gols e 18 assistências em 62 partidas na temporada, atuações que o colocam entre os favoritos ao prêmio Rei da América. A capacidade do uruguaio de decidir com um passe ou uma leitura de jogo exige cuidados táticos por parte de Filipe Luís e do setor defensivo rubro-negro.

A estratégia do Pyramids também inclui tentar empurrar o favoritismo para o Flamengo:

“O Flamengo é um time com muita experiência e jogou contra grandes times da Europa e do Brasil. É um time de alta qualidade e muita ambição. Não assisti a muitos jogos, apenas os últimos quatro, mas tenho bastante informação. Eles têm grandes jogadores”

“Nós queremos chegar à final, mas a maior pressão está sobre o Flamengo, e não para o Pyramids. Fizemos um excelente trabalho, mas eu acho que o Flamengo é um dos maiores clubes. Vamos ver quem vai chegar à final. O Pyramids, não tem pressão”

Filipe Luís responde com foco e respeito

Na visão rubro-negra, Filipe Luís respondeu com elegância às declarações de técnicos adversários e manteve o foco no jogo do sábado. O treinador valorizou o rival, mas deixou claro que a prioridade é controlar o que o Flamengo pode fazer dentro de campo.

“O Luis Enrique não quer enfrentar o Flamengo, e o Flamengo também não quer enfrentar o PSG, mas não vão ter uma semifinal para correr esse risco”

Além disso, Filipe Luís enalteceu a qualidade do trabalho do rival e contextualizou o processo de reinvenção da equipe após mudanças no elenco.

“(Luis) assinou o quadro mais bonito do futebol, que é esse PSG autoral dele. O PSG é único no futebol, é muito difícil de se copiar pelas particularidades, só dá para admirar”

“Tivemos que nos reinventar. Isso foi o que mais mudou na nossa equipe de lá para cá”

O discurso combina reconhecimento do bom futebol adversário com a calma necessária para não criar ruído antes de uma semifinal tão decisiva.

Plata: recuperação, rivalidade interna e a volta de Pedro

Gonzalo Plata tem vivido um processo de recuperação de imagem e rendimento no Flamengo. O equatoriano falou abertamente sobre o pior momento de sua carreira e também celebrou o apoio recebido para voltar a atuar com confiança.

— A briga aqui no Flamengo é sempre muito sadia. Todos aqui estão juntos, brincando… Acho que se amanhã (sábado) Pedro estiver disponível, vai ser bom ter um atacante como ele à disposição. A capacidade que ele tem todo mundo conhece. Ele estar ansioso para retornar aos campos e fazer gols. Se ele voltar, será um reforço importante —

Plata admitiu que perdeu momentos decisivos por suspensão e que isso mexeu com seu psicológico, mas destacou que a confiança da comissão técnica e dos companheiros foi fundamental para a retomada.

“Foi muito difícil, passei por momentos ruins. Foi o pior momento da minha carreira, nunca tive esse momento de ficar muito tempo expulso em sequência. (…) Tanto no individual como no coletivo, porque sei que prejudiquei muito o time”

“Pela confiança que tenho aqui e que Filipe me dá todos os dias, os companheiros também (…). Agora estou aqui, minha cabeça mais aliviada e tentando fazer meu trabalho de novo”

O atacante ressaltou a importância histórica do Flamengo e a motivação de conquistar o bicampeonato mundial.

“Acho que muito mais uma obrigação pelo o que o Flamengo é no Brasil, no mundo… Todo mundo sabe o que o Flamengo representa. (…) Se levarmos o título para o Brasil, será algo inesquecível”

“Já tive uma passagem aqui pelo Catar, falei com meus companheiros do Al-Sadd. Estou feliz por voltar e vê-los de novo e saber que ainda tenho o carinho das pessoas”

“Feliz por estar aqui ajudando o time, no último jogo pude fazer bom segundo tempo e fiz coisas que ajudaram o time, e o que o Filipe pediu. (…) Acho que estou indo pelo caminho certo”

Além da carga emocional, a volta de Pedro — ainda com dúvida na escalação por motivo físico — altera o leque de opções ofensivas. Se Pedro estiver em condições, a competição por vaga no ataque pode ter impacto direto no desenho tático do Flamengo.

Cenário tático: como o Flamengo pode construir a vaga

Com Arrascaeta como principal gerador de jogo e a possibilidade de Pedro retornar, Filipe Luís tem alternativas que passam por manter controle do meio-campo e evitar que o Pyramids explore saídas rápidas. Marcar Arrascaeta sem desorganizar a saída de bola será desafio essencial.

O equilíbrio entre proteção ao setor criativo e presença ofensiva nas laterais será decisivo. Neutralizar transições do Pyramids e ganhar superioridade no meio dependerá da capacidade do Flamengo de pressionar em bloco e impedir passes finais com liberdade.

A gestão de minutos de jogadores desgastados também pode influenciar o desfecho: apostar em rotatividade sem perder coesão tática será uma das leituras que Filipe Luís terá de fazer até a escalação oficial.

O que está em jogo e a expectativa da Nação

Se confirmar a vaga, o Flamengo enfrentará o PSG na final, com a chance de encerrar 2025 com um bicampeonato mundial. Essa perspectiva amplia o peso simbólico do jogo e alimenta o desejo de torcedores e ex-jogadores, como Kauã, que não escondem seu amor pelo clube.

A partida terá ampla cobertura e mobilização da torcida rubro-negra, que acompanha cada detalhe da preparação. Para o elenco, trata-se de transformar expectativa em desempenho, convertendo potencial ofensivo e solidez defensiva em resultado.

Enquanto a bola não rola, a mistura de histórias pessoais, análises táticas e declarações públicas — de Kauã Santos a Plata, passando por Jurcic e Filipe Luís — compõe o sentimento que envolve o Flamengo antes da semifinal. A Nação está ligada e espera ver o time traduzir toda essa energia em classificação.