Fred estava cabisbaixo pelos corredores das Laranjeiras. Uma cena pouco comum, por sinal. Era julho de 2012 e ele era um ídolo incondicional da torcida: havia salvado o clube do rebaixamento em 2009, sido campeão brasileiro em 2010 e levado o Fluminense à liderança do Brasileirão naquele ano. Mas ainda faltava algo. Aquela semana era de clássico contra o Flamengo, e a imprensa tomava a sua atenção.

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Ninguém duvidava do seu faro de artilheiro, mas não ter marcado contra o maior rival era algo que incomodava. Até então, Fred havia disputado cinco Fla-Flus e passado em branco. Após ir ao encontro dos repórteres, o camisa 9 prometeu ao assessor de imprensa: “Isso vai acabar, tá na hora, vou marcar contra o Flamengo”.

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No sábado, o último treino antes do clássico foi marcado por uma corrida leve ao redor do gramado. Fred, no entanto, se queixava com o fisioterapeuta de que o tênis que estava em seu pé direito o incomodava. Estava machucando, apertado. Durante a conversa, o camisa 9 perguntou ao mesmo assessor de imprensa quanto ele calçava. A resposta, que combinava os números, o fizeram trocar de tênis.

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Na época, a troca soou com normalidade, mas precisou de menos de 24h para aquele momento passar a ser lembrado. No domingo, Fred precisou de apenas 11 minutos para balançar as redes contra o Flamengo, desviando o cruzamento de Thiago Neves com o mesmo pé direito que estava incomodando. O Fluminense venceu o clássico por 1 a 0 e o tênis foi eternizado.

Dali em diante, Fred virou uma espécia de carrasco do Fluminense com números impressionantes: nos seis clássicos seguintes, marcou cinco vezes, sendo em quatro jogos diferentes. O título brasileiro ficaria com o Tricolor ao término daquele ano e os tênis seguiriam sem ser destrocados.