Guia do Mundial de Clubes: o que a torcida do Flamengo deve esperar do Qatar

O calor dá o ar da graça no Qatar mesmo no inverno. Em dias mais quentes, a temperatura chega aos 30°C. Se a pessoa está à beira da Baía de Doha, vê o mar verde esmeralda calmo e morno. Se não estiver em um hotel com praia particular ou disposto a viajar uma hora de carro para longe da cidade, será difícil dar um mergulho para experimentá-lo.

O mais próximo de uma praia como as cariocas é a de Katara. Mas se for mulher, não pense ficar de biquíni ou maiô. Há regra de vestimenta no local e seguranças para cumpri-la.

Uma vez vestido adequadamente, pode-se desfrutar e pedir uma bebida, contanto que não seja cerveja. O consumo de álcool só é permitido em hotéis e um chope sai por R$ 50 a caneca de 500 ml. No Mundial de Clubes, uma fan zone estará aberta com cerveja a R$ 28.

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Mulher vai à praia em Doha acompanhada da filha Foto: Thales Machado

O mesmo vale para as demonstrações de afeto. É mais fácil deixá-las para o quarto de hotel. Andar de mãos dadas é o máximo que acontece sem risco de constranger os outros e a si mesmo. Um beijo não é proibido, mas pode chocar a ponto de gerar reações das pessoas na rua.

Quando escurece, as pessoas saem para visitar o Souq Waqif, famoso mercado aberto. Caso se perca, é melhor pedir informações para homens. Se perguntar a uma mulher, pode falar sozinho. A vestimenta da qatari indica a corrente religiosa: as cobertas de chador com o rosto à mostra são mais acessíveis do que as que cobrem o corpo e também o rosto com o niqab. Em ambos os casos, é bom evitar contato físico.

Ao se programar no Qatar, deve-se esquecer o “sextou”. Quem reservar o dia para fazer compras, câmbio ou visitar museus, vai se decepcionar. Das 11h até 12h30, horário das orações, está tudo fechado. O sábado é o dia de descanso e o domingo é como a segunda-feira no Brasil.

‘É preciso educar sobre culturas’

Natasha Bin é jornalista, nascida em Santo André (SP), e mora em Doha desde agosto do ano passado. Ela já se acostumou com a cultura local e enaltece uma qualidade da capital do Qatar: a segurança. Destaca que mulheres com as pernas de fora são proibidas em alguns lugares, mas não em outros. Porém, os olhares dos homens podem constranger. A população masculina é bem maior que a feminina em Doha e isso a marcou ao chegar.

Com o Mundial para começar, não sabe o que esperar desse encontro de brasileiros em grupo com qataris.

— Rola uma curiosidade. Primeiro, sobre como esse pessoal que está vindo vai se comportar. Segundo, sobre como a galera daqui vai reagir a eles — afirmou.

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É recomendável não tocar e não encarar muito quando se dirigir à mulher qatari Foto: Bruno Marinho

Para Hassan Al Thawadi, secretário geral do Qatar-2022, será preciso educar os turistas e os locais:

— Será a primeira experiência que teremos nesse sentido. Apesar das diferenças culturais, haverá interação entre os fãs. Isso vai nos dizer como educar sobre nossa cultura. E do nosso lado, queremos educar nós mesmos sobre a cultura dos outros. No final será algo no meio. Teremos espírito de diversão, celebração. Pode haver diferenças, mas teremos de estar abertos a elas, de ambos os lados. Precisamos olhar pelo lado positivo. Será a chance de termos contato com a cultura brasileira, por exemplo. Para alguns qataris, será a única chance disso na vida.

Como aproveitar o Mundial do Qatar:

O que fazer

Prestar atenção aos vagões familiares no metrô de Doha. Neles homens só entram se estiverem acompanhados de mulher ou criança; reparar nos avisos sobre vestimentas em lugares públicos — há locais mais restritos que outros; levar dólares e trocar no aeroporto — o preço é tabelado e as lojas que aceitam a moeda cobram mais caro.

O que não fazer

Evite encarar as mulheres locais para não constranger; evite pegar táxis brancos — são mais caros que os verdes; não esqueça a água se for andar à pé. O clima é muito seco, mesmo no inverno.

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/guia-do-mundial-de-clubes-que-torcida-do-flamengo-deve-esperar-do-qatar-24130078.html

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