Candidato à presidência do Flamengo, Rodolfo Landim recebeu nesta quinta-feira o apoio de sete grupos políticos rubro-negros e aproveitou a ocasião para contar parte dos planos de campanha e quais ideias pretende implantar caso vença o pleito deste ano. Com o Flamengo saudável financeiramente, as críticas principais são destinadas ao desempenho, à postura e às decisões tomadas no departamento de futebol.
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Não é por acaso Landim tem a seu lado o ex-presidente Márcio Braga, que não faz cerimônia para repetir como vê Eduardo Bandeira de Mello, atual mandatário rubro-negro: “Incompetente e pé frio”, citando as eliminações durante a gestão. Rodrigo Dunshee de Abranches é o candidato a vice da chapa que se recusa em ser chamada de oposição.
– Está ao nosso lado o atual vice-presidente do Flamengo, Mauricio Gomes de Mattos. Se isso não é ser situação, não sei o que é ser situação – rebateu Landim, que tornou público o apoio dos grupos Ideologia, Sinergia, Garden, FLA+. FLAFUT e Flamengo Acima de Tudo (FAT).
O fato é que Bandeira prefere que Ricardo Lomba, atual vice de futebol, seja o futuro presidente. E a manutenção das ideias e do comportamento da atual diretoria nesse departamento vital para o clube vai frontalmente contra o que Landim e seus apoiadores pregam.
O candidato à presidência do Fla critica, por exemplo, a passividade com a qual as derrotas são encaradas pela gestão atual.
– Sentimos o mesmo tipo de discurso nos diversos níveis do Flamengo. Na nossa percepção, é um Flamengo acomodado nas derrotas, no baixo desempenho do Flamengo – apontou.
Além da mudança de postura, a proposta é alterar estruturalmente a forma com a qual o futebol é conduzido no clube. A ideia é buscar um equilíbrio entre uma gestão profissional, sem, ao mesmo tempo, dar superpoderes ao diretor executivo de futebol.
– Vamos querer criar um comitê. Não queremos deixar isso sozinho na mão de uma pessoa. O comitê vai estabelecer planos e uma série de ações. O cara mais operacional vai prestar contas para esse conselho. E não estará na mão dele sozinho toda e qualquer decisão em relação ao futebol. Ele vai ter que prestar contas disso. No Flamengo e em outros clubes isso não existe. Tem um diretor de futebol que não é diretor de futebol. É um salvador da pátria – comentou Landim.
O candidato à presidência do Flamengo entende ser vital uma separação no organograma do departamento que dê aos funcionários do clube a segurança para emitir pareceres na hora de contratar jogadores.
– Vejo problemas na organização do Flamengo. A pessoa que faz a contratação dos jogadores é a mesma pessoa que recebe os inputs da área de inteligência sobre quais jogadores podem ou não podem ser contratados. A área de desempenho, o médico, fisiologista, massagista, nutricionista, o cara que vai preparar o jogador têm que ser independentes. Até para que possa ter voz ativa e possa negar a contratação de algum jogador, se entender que não está preparado para ser contratado pelo Flamengo. Se for negar para quem paga o salário dele e quer contratar, fica difícil. A liberdade fica diminuída – disse o candidato.
Se critica processos, a chapa de “situação paralela” do Flamengo evita falar em nomes. Tirando a crícia a Bandeira feita por Márcio Braga, existe a preocupação de não deixar o técnico Mauricio Barbieri na berlinda.
– Queremos que o Flamengo ganhe. Não queremos tumultuar o ambiente das pessoas que estão lá – ressaltou Landim.
Inicialmente, a reunião desta quinta foi divulgada como o lançamento da candidatura. Mas o planejamento prevê um evento maior, no qual as propostas serão detalhadas de forma mais aprofundada e o programa de governo estará pronto. A estimativa é que isso aconteça no começo de setembro.
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