As causas para o incêndio no CT do Flamengo, Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro, em fevereiro, foram divulgadas pelo programa RJTV2, da Rede Globo. Em um laudo da Polícia Civil, os peritos afirmam que a chama começou por um curto-circuito no ar-condicionado, e rapidamente se alastrou, devido à estrutura das paredes que revestiam os contêineres. Dez pessoas morreram nessa tragédia, todos jogadores de futebol das categorias de base do Flamengo.
Os peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que realizaram o laudo com 33 páginas, visitaram as instalações do Flamengo horas após o incêndio, e após alguns dias fizeram análises complementares, que indicaram o local de início do incêndio, no motor do ar condicionado no quarto seis. Os profissionais compararam uma foto do motor do ar-condicionado danificado com uma imagem que mostra o aparelho em caso de curto-circuito enviada pelo fabricante, as duas imagens são semelhantes.
De acordo com o laudo divulgado na reportagem, as estruturas que cobriam os alojamentos eram compostas por uma espuma de poliuretano injetado, um material altamente inflamável, o que ajudou na propagação do incêndio pelos contêineres, gerando um “flashover”, fenômeno que ocorre quando o calor da combustão aquece todos os materiais combustíveis, fazendo com que eles peguem fogo ao mesmo tempo. Apenas os revestimentos da divisória dos quartos três, dois e de parte do um sobraram.
Os peritos também acharam outras irregularidades, como fiação exposta, fios desencapados, condutores emendados, tomadas sem plugue, fios queimados. O prédio que era usado como vestiário, que ficava ao lado dos alojamentos, possuía instalações elétricas que alimentavam os módulos e apontava um desacordo com os princípios fundamentais da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Após três meses, com depoimentos de mais de 5o pessoas, a Polícia Civil está próxima de concluir o inquérito do caso. O último depoimento colhido foi o do jogador Jonathan Ventura, uma das vítimas que teve 35%do seu corpo queimado. O atleta se emocionou muito ao lembrar do incêndio, de acordo com palavras dos investigadores que falaram com ele.
A tragédia aconteceu na madrugada do dia 8 de fevereiro, no CT Ninho do Urubu, em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, causando a morte de dez jogadores das categorias de base de futebol do Flamengo, que tinham entre 14 e 16 anos.