Luiz Eduardo Baptista critica vantagem do gramado sintético e detalha custo do Maracanã

O presidente Luiz Eduardo Baptista voltou a criticar o uso do gramado sintético e a desigualdade financeira que esse tipo de piso impõe ao Flamengo. Para o mandatário, a diferença de custos entre manter um campo natural e um campo artificial cria vantagem competitiva e prejudica o equilíbrio da Série A.

É mais barato de manter (o sintético). Eu gasto R$ 38 milhões por ano no gramado. O cara que gasta R$ 10 milhões no campo sintético tem vantagem competitiva em relação a mim. Ele joga o ano inteiro em uma condição diferenciada, porque está acostumado. Não devia ser tudo igual? A CBF deveria impor um padrão mínimo de qualidade do gramado. Antes, metiam pau no Maracanã. Neste ano, vai ter 82 jogos e o gramado está um tapete, porque investimos R$ 6 milhões em maquinário para deixar a grama perfeita.

‘Ah, mas eu fiz arena para fazer show’. Então viva de fazer show. Mas não jogue a Série A do Brasileiro. Não tem problema nenhum. Mas futebol tem que ser em grama. A FIFA autoriza o campo de plástico, mas esse tipo de campo não existe nas cinco ou seis ligas mais importantes do mundo. Na Argentina também não tem, mesmo com condições climáticas muito mais desfavoráveis. Esse tipo de gramado é usado em lugares onde a temperatura fica abaixo de zero.

Impacto esportivo e calendário

A crítica de Luiz Eduardo Baptista coloca em evidência que apenas alguns clubes da Série A utilizam gramado sintético — o que, na visão do presidente, altera rotina de treinos e partidas e concede vantagem a quem já convive o ano todo com esse piso. A diferença de investimento mostrada por Bap (R$ 38 milhões contra R$ 10 milhões) reforça o argumento sobre desigualdade competitiva.

Além do aspecto financeiro, há o impacto técnico: jogar e treinar em superfícies diferentes altera posse, velocidade de bola e preparação física. Para o Flamengo, manter o Maracanã em alto nível exige investimentos adicionais em maquinário e equipe, esforço que, segundo o clube, deveria ser considerado em regras mínimas de qualidade para os estádios.

Próximos jogos e a manutenção do Maracanã

O calendário ainda coloca o Flamengo diante de partidas em campos artificiais nesta temporada, com confronto previsto no dia 25/11 contra o Atlético-MG na Arena MRV. Antes disso, o time entra em campo no Maracanã contra Fluminense (19/11) e Bragantino (22/11), ocasiões em que o clube pretende mostrar o resultado dos investimentos recentes na grama.

Para Baptista, a solução passa por regulamentação e padrões mínimos que reduzam a desigualdade entre clubes que jogam em gramado natural e os que optam por pisos sintéticos — uma cobrança que deve seguir repercutindo enquanto o debate sobre infraestrutura e competitividade no futebol brasileiro continuar em pauta.