Neste sábado (17), teremos a abertura da 35ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2018. Daqui ao encerramento oficial da competição, teremos apenas mais quatro rodadas, o que significa 40 partidas a serem disputadas nas próximas duas semanas. Ainda há ação e muito em jogo nos dois extremos da tabela, o que não nos impede de traçar algumas impressões nada prematuras sobre o torneio, que caminha a passos largos para ser o pior em média de gols na era dos pontos corridos com 20 times (2006-).
Já segue a gente no Instagram? Clique aqui e venha para a Casa dos Torcedores!
Para a edição atual não ser a pior da história em gols marcados – atualmente esse posto é ocupado pelo Campeonato de 2014 -, serão necessários 107 tentos nas 40 partidas finais, média de 2.7 por jogo. Cenário altamente improvável, considerando que nos 340 duelos disputados até aqui neste Brasileirão somaram apenas 754 bolas na rede, média de 2.21 por jogo. O jejum artilheiro dos 20 times da Série A se consolida ainda mais ao analisarmos que, na atual temporada, já temos incríveis (negativamente) 16 rodadas com menos de 20 gols no total. O pior desempenho por rodada havia sido justamente na edição de 2014, quando o torneio teve nove rodadas com menos de 20 gols.
Mas o que explica esse declínio considerável de gols anotados em 2018? A escassez de grandes craques no campeonato? Os camisas 9 de excelência terem se transformado em ‘itens’ raros? O nível técnico limitado de inúmeros times? O calendário desgastante que prejudica o rendimento das equipes? Todas essas são justificativas válidas, pertinentes e explicam em partes, mas não vão na origem do problema: o futebol brasileiro vem conscientemente mudando de perfil, priorizando o estilo mais conservador e pragmático. Fenômeno impensável há algumas décadas, quando o Brasil era visto como exemplo máximo de futebol-arte, sempre pra frente, beirando até à “displicência” defensiva.
Este fenômeno fica evidente na campanha vitoriosa do Corinthians em 2017 e vai se desenhando também no provável título do Palmeiras de 2018: campanhas irretocáveis e louváveis em suas propostas, mas ‘acusadas’ pela opinião pública de deixarem a desejar no aspecto ofensivo. Especialmente o Alviverde da atual temporada, de vasto e riquíssimo elenco, que poderia entregar bem mais do que os 55 gols em 34 rodadas (1.6 média/jogo) somados até aqui.Mas esta tendência não é abraçada apenas pelos campeões.
O mantra de jogar para não perder tem se espalhado como uma “praga” dentre todos os clubes da Série A, já que o imediatismo e a filosofia do resultado tomam conta do futebol brasileiro contemporâneo. Cinco jogos de invencibilidade com quatro empates e somente uma vitória dificilmente causa o efeito negativo de duas derrotas consecutivas, por exemplo. E assim o futebol brasileiro vai involuindo em desempenho e mentalidade, culminando no pior – tecnicamente falando – Brasileirão dos últimos 15 anos. E a tendência é piorar.
Share this content: