Em primeiro, não quero ser hipócrita. Aluno aprende com mestre. Aprendi com Arthur Antunes Coimbra, o Zico, com quem tenho carinho e respeito. Mas fazíamos falta de perto da área, de meia distância e de longa distância. Chapa, que é a parte externa do pé, peito do pé, três dedos. É igual um joystick. Muito treinamento, muita dedicação. Não é meter uma marra (…) Pensei no Madureira (em ser o melhor batedor do futebol brasileiro). Cheguei no Flamengo e vi resultado. No Corinthians comecei a buscar mais isso. Fui até mais longe: falei que ia ser o maior cobrador de falta do mundo – disse Marcelinho.

O ex-meia explicou que observou muito os cobradores que faziam sucesso em seus primeiros anos no futebol. A partir daí, conseguiu construir um estilo próprio de bater na bola – um verdadeiro pesadelo para os goleiros.

– Eu olhei Nelinho, olhei o Eder, peguei o Zico, Roberto Dinamite, Dicá, Zenon. Falei, gente, vou fazer algo diferente. Olhei o pé pequeno e comecei a brincar com a bola. Comecei a colocar o bico ao contrário, ai começou a fazer curva diferente. Ai falei que fazer gol de próximo da área, você pode meter uma alavanca, uma chapa. Mas de longa distância, imagina esse jogo, São Paulo e Grêmio, 50 mil pessoas no Morumbi. A bola está pegando fogo no pé. O cara não vai arriscar de 20 metros. Tem que ter a personalidade, saber o que estar fazendo, saber a qualidade que tem nas pernas, e o goleiro vai tremer. Acerta o gol. Se vai fazer curva para cá ou para lá, é se estiver próximo da grande área. Longa distância você mete curva – explicou o Pé de Anjo.

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