Duas derrotas, uma vitória, um empate e um futebol distante daquele que estamos acostumados a ver.
O início difícil no Campeonato Brasileiro mostra que o novo técnico do Flamengo vai ter que arregaçar as mangas, pois terá muito trabalho pela frente.
O time vitorioso de praticamente todas as competições que disputou em 2019, teve grande parte do mérito graças ao trabalho do técnico português Jorge Jesus, que recentemente deixou a equipe e voltou a Portugal.
Em seu lugar, assumiu o espanhol Domènec Torrent, que é da mesma nacionalidade que o bem sucedido treinador Josep Guardiola.
Mas, parem: as semelhanças com o compatriota terminam aí!
O torcedor rubro-negro precisa de respostas e apaixonado como é, não tolera ver o clube na décima sétima posição à frente de Goiás, Ceará e Coritiba.
Chegou a hora do clube procurar um novo técnico, ou então, ligar o auxiliar de Guardiola no 220v para que adapte sua personalidade usando a inteligência emocional para fazer o que tem que ser feito para o Flamengo voltar a ser o Flamengo de antes.
E o que deve ser feito para o time retomar o caminho do sucesso?
Primeiro a atmosfera: Tudo o que começa ruim, não passa a ficar bom em um estalar de dedos.
Erramos para aprendermos e passamos a (tentar) não errar mais.
Ele (Domènec) erra nas suas escolhas, mas não consertou ainda, não parece ter a humildade para reconhecer e mudar.
Mas chegou mudando o time, colocando Rafinha e Arrascaeta no banco, improvisando Rodrigo Caio na lateral e distanciando Bruno Henrique e Gabriel Barbosa, chamados por mim de Casal-19 (alusão ao ano espectacular que foi o do ano passado).
A cultura portuguesa é mais parecida com a brasileira do que a espanhola, fora o idioma.
No entanto, a afinidade cria uma energia positiva e quando ativamos nossa percepção diante dos fatos ao nosso redor, a vontade abraça a felicidade, e juntos e abraçados, nos condicionam a juntar a fome com a vontade de comer.
Não vejo essa fome com a vontade de comer em Domènec, que assiste pacientemente o Flamengo jogar como se dissesse à la Abel:”Foi lindo, cara!”.
Já o nosso ex-treinador Jorge Jesus, teve uma inteligência notável, pode não ter sido um intelectual, pois intelectual é quem estuda muito, mas teve uma inteligência perceptível.
Seus estudos foram colocados à prova dentro de campo e trouxe resultados expressivos, como a conquista da Libertadores ter sido um gol de placa e o Mundial ter batido na trave.
Técnico e jogadores se relacionam, e como um bom relacionamento, se houver cumplicidade, a relação vai de vento em popa.
A personalidade de Jorge Jesus, sua inteligência emocional, a maneira com que conduziu tudo, foi praticamente perfeito para o sucesso do Flamengo.
Deu liga e entre ele e jogadores, houve juras de amor.
Nenhum técnico conseguirá fazer igual, pode fazer melhor ou pior, mas nunca igual.
Em toda história no futebol, um time campeão dificilmente se mantém campeão por muito tempo.
Ora saem jogadores, ora muda técnico, ora falta torcida nos estádios em virtude da pandemia e do isolamento social causado pelo covid-19… e ser jogador nessas horas se torna uma tarefa ingrata.
O atual técnico rubro-negro tem que mostrar serviço e sair da sombra do Guardiola.
O Flamengo ainda tem para disputar nesta temporada o Campeonato Brasileiro, a Taça Libertadores da América e a Copa do Brasil.
Tem time, tem competições importantes e (infelizmente) não tem ainda um técnico.
O momento é difícil.
Obs.: Coluna publicada antes do jogo contra o Botafogo.
Por: Marcos Vinicius
Twitter: @ViniciusCharges
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