Matheus Brum: “Dois argentinos e nosso grande ponto fraco”

Olá, companheiros e companheiras de Coluna do Fla. Como estão? De cabeça inchada com a derrota para o Santos? Ou tranquilos pois o confronto não valia nada? Pois é… não sei qual a sua resposta. Entretanto, este que vos fala, particularmente, não está de cabeça inchada. Contudo, também não estou tranquilo. E é isso que vou explorar neste texto de hoje.

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A goleada na Vila Belmiro foi acachapante. Não vimos a cor da bola em território santista. Muitos podem pensar que este jogo não deve ser levado em consideração, pois o time entrou desleixado. Concordo, em partes. Houve uma falta de intensidade grande na partida. Mas, há muitos méritos na forma como Jorge Sampaoli armou o Santos e anulou nossas principais peças.

E o argentino foi direto no nosso ponto fraco: as jogadas pelas laterais. Sampa abriu Soteldo e Marinho pelos flancos, para explorar os espaços deixados por Rodinei e Filipe Luís. Pela direita, havia uma dificuldade de posicionamento pelo camisa 2. Já na esquerda, pesou um péssimo dia e a dificuldade de recomposição, pela lentidão. Há também que juntar, nesta equação, a falta de cobertura dos nossos volantes nas jogadas em velocidade.

Quando tínhamos a bola, éramos pragmáticos. Nada de velocidade na troca de passes ou movimentação entre os atacantes. Ficamos encaixotados dentro da marcação santista e o melhor ataque da competição não balançou as redes – algo que não acontecia, no Campeonato Brasileiro, desde a partida contra o Bahia.

Pois bem…. se você leu o texto até aqui, tenho quase certeza que pode estar pensando: “Ahh, o time não quis jogar. A cabeça está no Mundial”. De novo, concordo em partes. Estes mesmos problemas nós encontramos no dia 23 de novembro. Lembrou do dia? Sim! O mais importante dos últimos 38 anos, quando conquistamos o bi da Libertadores.

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Montagem de dois lances, contra o River e contra o Santos, que mostram as falhas defensivas pelas laterais

Naquele confronto, um outro argentino, Marcelo Gallardo, também nos anulou ofensivamente e causou grande preocupação defensivamente. O River Plate entrou em campo marcando em cima. Muitas vezes, quando um jogador nosso recebia a bola, haviam três atletas adversários próximos, dificultando a troca de passes. Com isso, você vai se lembrar, a equipe apostou em bolas longas, muitas destas erradas.

Já na parte defensiva, os mesmos problemas. De la Cruz, principalmente, causava enormes problemas para nossos laterais. Borré, como centroavante, fazia o pivô, esperando a movimentação dos jogadores de lado. Foi assim que tomamos o gol dos argentinos – sem entrar em detalhes nas falhas defensivas, já faladas aqui em outro momento.

Portanto, temos que trazer deste confronto contra o Santos o seguinte: há técnicos, capacitados, que já enxergaram uma forma de conseguir parar nosso poderio ofensivo e escancarar nosso ponto fraco defensivo. E sabe porquê isso me incomoda? Porque o Liverpool, nosso possível adversário na final do Mundial, joga exatamente desta forma.

Klopp arma o Liverpool para explorar o pivô de Firmino e a velocidade de Salah e Mané. Tudo isso com o apoio do meio-campo, que infiltra no ataque e defende de forma compacta, pressionando para a roubada de bola.

Então, em 13 dias – a final é no dia 21 de dezembro – Jorge Jesus precisa acertar o time defensivamente. É preciso que nossos laterais não fiquem sempre no mano a mano com os atacantes do Liverpool. Arão, que falhou no gol contra o River e no 3º e 4º contra o Santos, precisa aprimorar o posicionamento defensivo e não marcar a bola e sim o jogador que infiltra.

O tempo é curto, eu sei. Mas, nos dois confrontos que tivemos, com treinadores capacitados e que, claramente, estudaram nosso modelo de jogo, passamos aperto. Em um, conseguimos a vitória com base na individualidade. Na outra, sofremos uma goleada. E, possivelmente, contra o terceiro grande treinador que iremos encarar, qual será o resultado? Se não arrumarmos estas falhas… nosso sonho pode se transformar em um pesadelo!

Matheus Brum
Jornalista
Twitter: @MatheusTBrum

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Fonte: https://colunadofla.com/2019/12/matheus-brum-dois-argentinos-e-nosso-grande-ponto-fraco/

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