Olá, companheiros e companheiras do Coluna do Fla. Finalmente, a ansiedade de ver o Mengão em campo acabou. Assim como o desejo de finalmente ver sacramentada a estreia de Jorge Jesus como treinador. Entretanto, ao contrário do que era a expectativa de muitos, inclusive este que vos fala, pouca coisa nova foi mostrada no confronto contra o Athletico, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil.
O empate em 1 a 1 esconde como foi a partida. O primeiro tempo foi todo dos visitantes. A marcação alta surtiu efeito, fazendo com o que o Mais Querido não conseguisse fazer a saída de bola. Consequentemente, nossos meias e atacantes quase não criaram oportunidades. Foram apenas quatro finalizações, sendo só uma no alvo, e 42,75% de posse de bola, indo de encontro ao padrão habitual do clube, que é permanecer mais com a bola no pé.
Um dos maiores problemas do Flamengo ontem foi na saída de bola. Os jogadores estavam espaçados. Na hora que o Athletico aperta, consegue roubar a bola. Isso aconteceu em vários momentos do jogo. Segundo o Footstats, 2 de cada 10 perdas de posse foram na defesa. #colunadofla pic.twitter.com/xn4mj99nm7
— Matheus Brum (@MatheusTBrum) July 11, 2019
Se construir as jogadas ofensivas era um problema, defender era mais difícil ainda. Principalmente porque Vitinho e Arrascaeta (imagem ao lado), os extremos direito e esquerdo, respectivamente, não conseguiam fazer a recomposição de forma correta. Isso abria brechas nas quais o Athletico utilizava para atacar. Inclusive, tomamos um gol nas costas de Rodinei. Por sorte estava anulado.
No segundo tempo, as coisas mudaram. Ao que tudo indica, Jesus fez uma pregação no vestiário que surtiu efeito. A equipe voltou mais organizada dentro de campo. As linhas de marcação estavam bem definidas. Na frente, o time tentava trabalhar a bola para construir jogadas ofensivas.
Mesmo sofrendo o primeiro gol, conseguimos empatar em uma boa jogada de Gabigol. As entradas de Everton Ribeiro e Diego, nas vagas de Vitinho e Cuéllar, respectivamente, ajudaram bastante. Não brilharam individualmente, mas souberam se posicionar dentro da estratégia de JJ. Mais para o fim, Bruno Henrique, sentindo, saiu para a entrada de Piris. Com o paraguaio, o time se fechou mais ainda, mantendo o resultado. O Athletico, por sua vez, não teve a mesma facilidade do primeiro tempo e pouco levou perigo.
Foi uma estreia abaixo da expectativa gerada, mas que conseguiu um bom resultado para o jogo de semana que vem,valendo a vaga. Mesmo dentro destes altos e baixos, deu para perceber alguns detalhes de como será a “cara” do Flamengo nesta “Era Jesus”.
Começando no gol, Diego Alves irá atuar como um “líbero” no momento que o time estiver atacando. Ou seja, sairá da área para fazer a cobertura dos zagueiros, evitando bolas longas pelas costas.
No meio, é perceptível que irá deixar apenas um volante (apesar de ter elogiado o Willian Arão na coletiva) e colocar o Diego para fazer a saída de bola. No meio, abrirá Arrascaeta pela esquerda, Everton Ribeiro pela direita, deixando Bruno Henrique e Gabigol próximos.
Para que este sistema funcione, é preciso que os jogadores estejam próximos. Não dá pra jogar com base em lançamentos. É necessário toques rápidos e curtos para envolver a marcação adversária e abrir espaço entre as linhas de defesa.
Já na marcação, é preciso mais comprometimento dos pontas, principalmente do Arrascaeta, que praticamente não ajudou Rene na partida de ontem. Sem a participação dos atacantes para fechar os espaços e impedir a progressão de bola do adversário, passaremos sufoco contra equipes mais qualificadas.
Em suma, finalmente Jesus estreou. Agora, no entanto, é aguardar como serão estes próximos meses de trabalho. A confiança, por ora, está alta. E a sua?
Matheus Brum
Jornalista
Twitter: @MatheusTBrum
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Fonte: https://colunadofla.com/2019/07/matheus-brum-uma-estreia-com-mais-baixos-do-que-altos/
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