A chegada de Jorge Jesus causou expectativa ao Flamengo e alvoroço na imprensa, de uma forma geral. A presença de um técnico estrangeiro em um clube brasileiro foi altamente debatida, inclusive por treinadores, ex-jogadores e comentaristas esportivos. Algo um tanto exagerado, na interpretação de Mauro Cezar Pereira:
– Se o (Jorge) Jesus não for bem, vai ser crucificado imediatamente. Um jogo já é o bastante. Não tem perdão, porque é assim que funciona. E essa é uma das razões pelas quais a coisa não anda. É tudo imediatismo e tem aqueles que são mais rigorosos, ou não, de acordo com quem é o alvo da avaliação. Isso é muito nítido e atrapalha demais o futebol brasileiro. Lá fora não se discute isso. Aqui se fica nessa coisa de técnico estrangeiro. Parece que o cara veio em uma nave espacial e desce com antenas na cabeça. É um ser humano! E o nosso futebol está muito atrasado, a gente precisa deste intercâmbio -, opinou o comentarista aos canais ‘ESPN’.
Mauro Cezar criticou com veemência o corporativismo e a intolerância com treinadores de fora do país, e citou outros nomes além do técnico português do Flamengo:
– Com o Rueda foi assim. Quando o Rueda chegou no Flamengo, ex-jogadores que são comentaristas em outros canais, marreta nele. Com o Abel, só passada de pano. Eles sabem de quem eu estou falando, ficam mandando recado… É isso aí, mesmo! São os amigos, aí quando vem um gringo, pau no cara! Porque é o corporativismo dos técnicos e dos amigos que estão ao redor. Porque eles morrem de medo de um técnico estrangeiro dar certo aqui. Se o Jesus vai bem e o Sampaoli termina o ano em alta, meu Deus do céu! Morrem de medo de chegar um avião aqui cheio de gringos e ocuparem os empregos deles. Ao invés de procurar melhorar o trabalho deles, ficam se preocupando com reserva de mercado. Não são todos, não. Alguns! Mas tem uma turma, de jornalistas também, que adoram! -, finalizou.