RIO – O atacante Michael, do Flamengo, revelou em entrevista ao “Canal Barbaridade” que teve depressão no ano passado e chegou a pensar em suicídio. Questionado sobre o caso da ginasta Simone Biles, que desistiu de finais olímpicas para cuidar da saúde mental, o jogador de 25 anos disse que também precisou da ajuda de atletas e profissionais do clube carioca.

– Eu tive depressão no ano passado, sofri muito com isso. Na época, eu estava no hotel e quis me suicidar. Começaram a vir pensamentos ruins e eu queria saber como era me jogar do prédio. Então, eu gritei por socorro, pela minha mulher, pelo doutor Tanure, Diego Ribas, Diego Alves, Filipe Luís, o Rafinha, o Marcos Braz também. Eles me fizeram ser querido, ser abraçado. Eles tiveram um cuidado comigo como ninguém antes tinha feito – contou Michael.

O atacante, que começou a ganhar mais espaço com o técnico Renato Gáucho, teve um começo no Flamengo abaixo das expectativas após boa temporada no Goiás. Na entrevista, ele expôs que procurou ajuda profissional e que tinha medo inclusive de ficar sozinho na própria casa.

– Eu acordava de madrugada às vezes, minha mulher acordava, e eu estava no chão tremendo, encolhido, porque eu estava com medo. Mas me explica o medo? Eu não sei explicar – disse.

Michale contou que conversou com Jorge Jesus, treinador do Flamengo à época, que também o auxiliou. O atacante afirmou que é muito grato aos profissionais do clube que o acolheram e disse que as pessoas não devem ter orgulho para não procurar ajuda.

– No momento em que eu mais precisei de um amigo, os funcionários do Flamengo estenderam a mão para mim. Deus usa pessoas para te ajudar. Hoje, posso falar que depressão tem cura, pelo menos para mim teve. Eu consigo exercer minha profissão melhor. Teve um dia que não estava conseguindo concentrar e aí cheguei no quarto do Jesus e disse “me manda embora, rescinde meu contrato, sei lá faz o que bem entender”. Eu chorava, não conseguia me expressar direito. Não conseguia dormir sozinho. Ele disse que não me mandaria embora. Me perguntou se eu dormiria bem em casa e disse para eu ir.