Os Muros da Gávea ganharam nova vida com a inauguração de uma galeria a céu aberto que integra arte e história nos 274 metros da Rua Mário Ribeiro — ação central nas celebrações dos 130 anos do Flamengo. A iniciativa transforma o trecho em um roteiro visual que conecta ídolos, símbolos e a memória do clube à força da torcida.
Arte, identidade e os artistas convidados
O projeto reúne trabalhos de Mateu Velasco, Gugie Cavalcanti, Dolores Esos, Acme, Bruno Big e do Coletivo Negro Muro, cada qual trazendo uma leitura própria da identidade rubro-negra. As obras variam entre referências ao remo, ao futebol e à cultura popular, estabelecendo um diálogo direto com a história do clube.
Entre as peças destacadas, “Mística”, de Mateu Velasco, usa xilogravura e a imagem do urubu para unir tradição e energia popular; “Nação”, de Gugie Cavalcanti, coloca a torcida como protagonista mítica; e o Coletivo Negro Muro assina “Ele vibra, ele é fibra”, homenagem que conecta o Flamengo a referências da dança e da música ao evocar nomes como Érica Lopes (Gazela Negra), Leônidas da Silva e Ary Barroso.
Inauguração: diretoria, ídolos e programação comemorativa
A cerimônia de lançamento ocorreu no sábado e teve a presença do presidente Luiz Eduardo Baptista (Bap), do embaixador Raul Plassman e de membros da diretoria, entre eles Flávio Willeman. George Helal, ex-presidente do clube, também participou das comemorações que integraram atividades na sede social.
“Os muros não tinham vida nenhuma. Agora, a cidade ganhou uma nova vida. Isso é uma homenagem à história do Flamengo. A ideia é ter, em cada mês, uma pintura nova. É um museu a céu aberto.”
Além da inauguração, a programação do dia incluiu alvorada, café da manhã no remo e outras ações que reforçaram o caráter festivo dos 130 anos. O projeto teve curadoria coordenada pelo Patrimônio Histórico em parceria com o Coletivo Negro Muro, pensado para ampliar o diálogo entre arte e torcida.
Memória, remo e o marcante aniversário de 130 anos
Ao resgatar imagens do remo e do futebol, os muros funcionam como um acervo público que narra momentos essenciais da trajetória do Flamengo. Fundado por remadores em 1895, o clube tem suas origens no mar e na Gávea — referências que aparecem de forma recorrente nas novas pinturas.
Os 130 anos reforçam essa ligação entre passado e presente: as obras celebram conquistas, personagens e símbolos que atravessam décadas, convidando sócios, torcedores e visitantes a revisitar capítulos da história rubro-negra enquanto circulam pela cidade.
Mais do que uma intervenção estética, os Muros da Gávea se colocam como ponto de encontro da Nação: um espaço de memória, cultura e paixão que promete se renovar mensalmente com novas pinturas e manter acesa a presença do Flamengo na paisagem carioca.