O estrondo que precede um estrondo ainda maior

Por: Higor Neves e João Pedro Granette

Passada a agonia da fase de grupos da Copa Libertadores da América, o Flamengo teve 77 dias para se preparar para o primeiro jogo das oitavas de final, contra o Emelec. Neste período, mudanças significativas ocorreram na equipe, como as chegadas de Rafinha e, principalmente, Jorge Jesus. Eles, aliás, foram personagens emblemáticos no primeiro estrondo.

Emelec 2×0 Flamengo – O primeiro estrondo

Aquele era apenas o quinto jogo de Jorge Jesus no comando do Flamengo, porém, com a eliminação para o Athletico Paranaense na Copa do Brasil, a cobrança sobre o português já crescia. Recheado de desfalques, o Mister decidiu mandar a campo uma equipe com mudanças na formação. Rafinha, outro personagem chave, atuou como ponta direita e não rendeu bem, assim como os outros 11 titulares e três substitutos utilizados por Jesus.

Mesmo sem grande atuação, o Emelec venceu por 2 a 0 e, não bastasse o placar indigesto, outra preocupação ainda deixou o elenco abalado: Diego Ribas, capitão e camisa 10 da equipe, sofreu a lesão mais grave de sua carreira, que rompeu todos os ligamentos do tornozelo direito e fraturou o osso. A volta do Equador contou com protestos e vaias para o elenco.

O estrondo que precede um estrondo ainda maior

Flamengo 2 (4)x(2) 0 Emelec – O estrondo ainda maior

Sem tempo para respirar, o Flamengo teve exatamente uma semana entre um jogo e outro. Porém, como se sabe, no futebol, sete dias podem transformar vidas. O time que chegou ao Brasil vaiado bateu o Botafogo por 3 a 2, em um clássico com grandes atuações de Rafinha, Gabigol e Bruno Henrique. O suficiente para mobilizar a Nação Rubro-Negra a uma campanha de apoio com há muito tempo não era visto.

O Maracanã, por si só, pulsava. Pouco mais de 61 mil torcedores representavam 40 milhões de rubro-negros apaixonados, com um lema claro, exposto em mosaico na arquibancada: Jogaremos Juntos!

O estrondo que precede um estrondo ainda maior

Se fora de campo a torcida fazia o possível, dentro de campo, Gabigol tratou de dar um gás ainda maior para enlouquecer a arquibancada: aos nove minutos, o artilheiro marcou de pênalti. O Emelec sequer teve tempo para respirar, quando sofreu o segundo golpe, que acabou com a sua vantagem: 19 minutos, Gabigol nas redes novamente. Nação em festa no Maracanã.

O ritmo seguiu intenso até o fim do primeiro tempo. Contudo, passado o ânimo e a empolgação, a irracionalidade da torcida, que presenciava a escrita de uma noite mágica, não poderia ser refletida nos jogadores, afinal, com um gol do Emelec, o Fla precisaria vencer por três de diferença. Num segundo tempo estudado, tenso e com chances para os dois lados, o placar não mudou. Agregado de 2 a 2 em 180 minutos, decisão nos pênaltis.

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Os pênaltis e o ressurgimento do campeão

Nas cobranças, Arrascaeta foi perfeito para abrir o marcador, e Brayan Angulo igualou. Na segunda série, as equipes também mantiveram 100% de aproveitamento: Bruno Henrique para o Fla, Cortez para o Emelec. Foi aí que, por alguns segundos, o Maracanã se calou: Renê na bola. Contestado em diversas ocasiões e vendo ainda a chegada de Filipe Luís, o camisa 6 poderia ser visto como ‘o patinho feio’ no momento. Porém, com bastante frieza e qualidade, Renê bateu rasteiro, sem chance para Dreer. E foi ali que as coisas começaram a mudar.

Na terceira cobrança do Emelec, Dixon Arroyo foi para a bola. Curiosamente, foi ele o jogador envolvido no lance que fraturou Diego Ribas. Curiosamente, foi ele quem parou nas mãos de Diego Alves, um dos maiores pegadores de pênalti da história do futebol mundial. E assim o Flamengo abriu vantagem.

O estrondo que precede um estrondo ainda maior

O experiente Rafinha, com gana de um garoto, foi para a bola e também converteu, se exaltando na comemoração em seguida. A noite tão bela terminou com Nicolás Queiroz acertando o travessão e decretando a classificação do Fla para as quartas de final da Libertadores. O jogo se encerrava, mas o sonho do torcedor rubro-negro, este estava renascendo ainda mais forte.

*“O estrondo que precede um estrondo ainda maior” é o segundo capítulo da série “1 ano do Bi”, produção exclusiva e especial do Coluna do Fla, em comemoração do título da Libertadores de 2019, que faz aniversário na próxima segunda-feira (23).

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Fonte: https://colunadofla.com/2020/11/o-estrondo-que-precede-um-estrondo-ainda-maior/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-estrondo-que-precede-um-estrondo-ainda-maior