O futebol que sonhamos passa pelo gesto de humanidade e gigantismo do Vasco

Na última quarta-feira (13), o Vasco adentrou o gramado do Maracanã portando uma camisa emblemática e histórica. ​Em homenagem às vítimas do incêndio no CT do Flamengo, o clube de São Januário não só usou seu uniforme preto, indicativo de luto pela tragédia, como também estampou duas bandeiras entrelaçadas: a do Cruzmaltino e a do Rubro-Negro, acompanhadas dos dizeres: “Em frente, Juntos”.

​Já segue a gente no Instagram? Clique aqui e venha para a Casa dos Torcedores!

A ação encabeçada pelo marketing cruzmaltino, empática ao momento de dor vivido pelo seu maior adversário, gerou grande repercussão negativa nos bastidores de São Januário. Conselheiros e beneméritos não gostaram de ver um símbolo do clube de São Januário (no caso, a camisa) portando o brasão do rival rubro-negro. Membros da oposição taxaram o gesto como ‘demagogia’. Mentalidade mesquinha e retrógrada, felizmente não compactuada pela avassaladora maioria da torcida vascaína, que recebeu bem a homenagem estampada no manto cruzmaltino.

O futebol que sonhamos passa pelo gesto de humanidade e gigantismo do Vasco

Com o gesto simbólico, sem busca por holofotes ou recompensas, o Vasco provou mais uma vez seu gigantismo. Ao escantear seu histórico de rivalidade com o Flamengo, prestando homenagens em sua própria camisa, o clube de São Januário deu uma demonstração de que o futebol ainda pode ser regido pela humanidade. Dez jovens talentosos e promissores tiveram suas vidas e sonhos ceifados, e não há rixa que deva se sobrepor à solidariedade neste momento de dor e reflexão. O futebol que nós queremos e sonhamos, pacificado nas arquibancadas, passa por atitudes como esta do Gigante da Colina.

Flamengo e Vasco continuarão sendo adversários, sem que o tributo macule em nada a história de rivalidade entre eles. O que se tira de lição a partir da homenagem cruzmaltina aos jovens rubro-negros é a demonstração de que, mesmo em tempos de polarização e crueldade, nós ainda podemos ser bons. Há coisas muito maiores que um antagonismo futebolístico. Nós, torcedores, somos ligados pela paixão, ainda que o brasão escolhido varie. Isso não nos faz inimigos, apenas diferentes. E não há problema em ser diferente.

Fonte: https://www.90min.com/pt-BR/posts/6296756-o-futebol-que-sonhamos-passa-pelo-gesto-de-humanidade-e-gigantismo-do-vasco?utm_source=RSS