O Sonho do Camp Nou Rubro-Negro

Quando falamos de estádio para o Flamengo, a resenha é grande, as opiniões são diversas, os sonhos são inevitáveis, mas uma certeza é compartilhada por todos: O Flamengo precisa de um. E um estádio serve de inspiração para alguns rubro-negros: O Camp Nou.

Durante todo esse estardalhaço por uma nova licitação do Maracanã, ficaram claras algumas posições que por mais que o rubro-negro relute, vão ser difíceis de serem revertidas, como a política que envolve o Maracanã, a posição contrária de todos os clubes rivais e a posição de que o Maracanã nunca será exclusivo do Flamengo.

A preocupação e anseio pelo estádio próprio cresceram e a busca pela casa nova tomou outras vertentes e se mostra essencial para fugir de todo o imbróglio envolvendo o superfaturado New Maracanã.

A casa própria é hoje um consenso, e ponto decisivo para alcance de um novo patamar para o Flamengo. Mas aí entra um novo questionamento: Qual o modelo de estádio o Flamengo deve brigar para ter?

De certo, a Ilha do Governador hoje é apenas uma solução temporária e paliativa para o Flamengo, visto que pelo potencial de sua torcida serve apenas para jogos de pequeno apelo, e tende a ter lotação máxima todas as vezes em que o flamengo ali se apresentar. Para se ter uma noção, a sua capacidade é de 1/5 do número de Sócios torcedores do Clube Rubro Negro hoje.

Mas, então deveríamos ir por qual sentido? Se depender da torcida do Flamengo, conhecida por sua empolgação e confiança, que às vezes beira a megalomania, o Camp Nou deveria ser a inspiração. O Estádio do Barcelona, um dos maiores e mais míticos do mundo, é o que habita os sonhos rubro-negros.

Pesquisei então para ver se esse sonho é um sonho possível, não apenas em questões financeiras, mas principalmente em viabilidade prática.

O Camp Nou atualmente tem capacidade para 99 mil pessoas. Na temporada 15/16 o Barcelona arrecadou 158 milhões de euros com a exploração das instalações do Camp Nou, tendo nesse valor bilheteria, turismo e eventos. O Clube tem público médio de 78.736 mil torcedores por jogo, o Tour ao Museu tem média de 5 mil visitas por mês, e é hoje o 3º ponto turístico mais visitado da Espanha. O ticket médio é de aproximadamente 60 euros por jogo e o custo de manutenção mensal do Complexo é de quase 2,2 milhões de euros, levando em consideração que o mesmo abriga não só o estádio, mas um museu, lojas e um outro mini-estádio.

O Flamengo em 2016 arrecadou perto de 11,5 milhões de euros com bilheteria, tendo uma média de 18.270 pagantes e com ticket médio de € 15,3 (R$ 53,00). Como 2016 foi um ano atípico, devido à peregrinação pelo Brasil e por estádios de menor capacidade, considerando apenas os jogos no Maracanã, a média seria de 41.907 pagantes por jogo.

Em 2017, o público médio é de 17.614 pagantes por jogo, se considerássemos apenas os jogos de Libertadores, essa média subiria para 53.720 pagantes e ticket médio de € 18,7 (R$ 65,00). Se mantida essa média no Brasileirão, seria recorde, bem acima das 41 mil pessoas da arrancada de 2009.

Com esses números é possível fazer algumas constatações:

  • O Barcelona é sim um exemplo a ser seguido quando se trata de exploração do seu complexo esportivo, e deve servir de inspiração para o flamengo buscar modelo parecido com seu estádio.
  • Brigando por todos os títulos que disputou, com grandes adversários e competições estelares, o Barcelona teve sua maior média de público dos últimos anos, beirando 79 mil pagantes, deixando para gratuidades ou ociosos 20 mil lugares no Camp Nou.
  • Um estádio do porte do Camp Nou tem um custo mensal alto, e inviável para os padrões brasileiros, que não tem em sua cultura a compra de pacotes para a temporada e que sua presença está atrelada aos resultados dos times.
  • O Flamengo deve buscar um estádio entre 45 e 60 mil pessoas no máximo, pois mais do que isso corre o risco de só ter ocupações consideráveis em jogos de grande apelo, podendo gerar prejuízos nos demais jogos.

Portanto amigos, nem oito, nem oitenta. Nem Ilha, nem Camp Nou. O Flamengo precisa de um estádio que reflita sua realidade financeira, esportiva e sócio-econômica, para ter nele uma fonte de receitas e impulsionador de resultados esportivos.

Precisa ter um estádio para dar seu grito de liberdade das amarras do governo e das maracutaias que habitam o meio político-esportivo no Rio de Janeiro. E na minha humilde opinião, esse estádio, não será o maracanã.

SRN!

Jerônimo Simeão Júnior

#ColunaDoJJ

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Fonte: http://colunadoflamengo.com/2017/05/o-sonho-camp-nou-rubro-negro/

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