A derrota do Flamengo por 1 a 0 para o Fortaleza acendeu um alerta na preparação rubro-negra para a volta da semifinal da Libertadores. Martín Palermo revelou que montou uma estratégia específica para explorar o desgaste de Danilo e acelerar a transição ofensiva do adversário, circunstância que terminou decidindo o jogo com um gol de Breno Lopes.
Palermo detalha a tática que deu certo
Martín Palermo explicou que a escolha da dupla de volantes — Sasha e Pierre — foi pensada para encontrar passes verticais rápidos e colocar Breno Lopes e José Herrera em condição de finalizar. O treinador afirmou ter identificado no lateral/zagueiro Danilo um ponto a ser explorado, justamente por conta do esforço físico recente do defensor contra o Racing pela Libertadores.
“Hoje, no plano para essa partida, pesamos isso. Quem é que nos daria esse primeiro passe para encontrar os espaços com Breno Lopes ou com Tuco (José Herrera). Era um pouco o plano do jogo isso. Com base nessa dupla de volantes, poderíamos fazer isso. Foi assim que chegamos ao gol, com espaço, com Breno chegando a esse setor. Que era o espaço onde estava Danilo, que havia chegado da partida contra o Racing. Havia tido um desgaste grande. Tínhamos que buscar aonde podíamos buscar vantagem”
O gol deu ao Fortaleza a tranquilidade necessária para se fechar e trabalhar a contenção diante do poder ofensivo do Flamengo. Palermo elogiou a entrega do time e destacou a eficiência em aproveitar a oportunidade criada pela leitura tática.
“Não fiz muito. Foram os jogadores que fizeram. Eles treinam todos os dias e fizeram um esforço. Eu elogio contra um rival como o Flamengo. Teríamos que ter precaução a todo momento. Creio que o gol nos deu certa tranquilidade. E depois era segurar o grande poderio que tinha o Flamengo”
Reação na Argentina e sinais para o Racing
O resultado repercutiu com preocupação entre os torcedores do Flamengo e com otimismo do lado do Racing. Na imprensa argentina e entre apoiadores do adversário, a derrota é lida como um sinal de fragilidade que pode influenciar a volta da semifinal, marcada para quarta-feira, 29 de outubro, às 21h30 (horário de Brasília), no El Cilindro.
“Com a Fortaleza que o Racing precisa: Flamengo tropeçou diante do time de Palermo”
Mais do que a apreensão externa, o revés serve como um alerta interno sobre pontos específicos: recomposição no meio, proteção ao corredor onde Danilo foi mais exigido e atenção à recuperação física dos titulares que vêm acumulando jogos nas duas competições.
O que o Flamengo precisa ajustar antes do El Cilindro
Filipe Luís e sua comissão técnica têm poucos dias para corrigir os erros expostos. A prioridade é reforçar a compactação defensiva, reduzir os espaços entre linhas e melhorar a saída de bola para evitar que adversários criem passes verticais que ponham atacantes em situação de vantagem.
Além do aspecto tático, há a gestão de elenco: rodar quando necessário, acelerar a recuperação de quem está desgastado e encontrar alternativas que diminuam a exposição de jogadores chaves como Danilo. A Nação espera uma resposta imediata e consistente no clássico continental que pode definir o passaporte para a final em Lima.
“Às vezes o que tanto reclamamos das situações que criamos e não completamos, não foram muitas, mas tivemos a eficácia do gol. Tenho que ressaltar o esforço, o desgaste físico dos jogadores. Para mim, é um orgulho. Esperamos que seja um ganho anímico e queremos seguir crescendo. Eu sou o primeiro que quer tirar o grupo dessa situação. Todos devem empurrar o time para sairmos mais fortes”
Com a cabeça em Racing e a tabela do Brasileirão pressionando, o Flamengo terá de reagir rápido — dentro de campo e na leitura tática — para reconquistar tranquilidade antes da decisão continental.