Pedro Sampaio: “Sobre o novo técnico do Flamengo: não tenho preferência. Tenho implicâncias”

Outro ano se encerra, e o Flamengo novamente não consegue transformar o sucesso administrativo e financeiro em títulos de expressão. A eleição, no dia 8 de dezembro, na Gávea, definirá os rumos do clube no triênio 2019-2021. Quem quer que ganhe a eleição tem de ter em mente que herdará um clube estruturado, porém, ansioso por grandes conquistas. A pressão não será pequena. O primeiro passo da nova diretoria será definir quem comandará o futebol e, por conseguinte, quem assumirá a batuta técnica do time. Não acho que o Dorival Júnior fez um trabalho péssimo, mas acredito que seja necessário uma mudança radical no departamento de futebol. Logo, isso passa também pela troca de treinador.

Mas, Pedro, qual é a sua preferência para ser o novo técnico do Flamengo?” Confesso que me encontro um pouco desnorteado em relação a esta questão. No momento, tenho mais implicâncias do que preferências. Encontro “poréns” em todos os nomes ventilados e não consigo cravar um que tenho certeza que dará certo. Talvez, os nossos insucessos recentes tenham me deixado mais cético do que o adequado para analisar essa situação. No momento, me encontro imerso num realismo exagerado e que me limita um pouco a sonhar com fórmulas milagrosas.

Peguemos, por exemplo, o Abel Braga. A princípio, é um nome que me agrada pela sua personalidade, tamanho e capacidade de ganhar o grupo para si. Entretanto, os últimos trabalhos recentes foram ruins e costuma montar suas equipes num estilo reativo, aguardando sempre o momento certo de executar o contra-golpe. Não é um estilo de jogo que me agrada e não sei se uma ansiosa torcida do Flamengo terá a paciência para ver o time jogando a maior parte do jogo no seu campo de defesa.

Rogério Ceni é um técnico promissor e tem métodos modernos que me agradam bastante. Apesar de não ter uma larga experiência, vem de um excelente trabalho no Fortaleza. Além de estudioso, pela sua trajetória no futebol, os jogadores tendem a respeitá-lo, apesar de ainda estar iniciando a sua carreira como treinador. Talvez, entre todas as opções seja aquela que vejo com maior potencial para transformar o Flamengo num clube vencedor, jogando um futebol que faz jus às nossas tradições ofensivas. O meu grande receio em relação ao Ceni é a sua forte ligação com o São Paulo e como a nossa torcida lidaria com isso. Tenho a sensação de que ele teria uma alta rejeição dos flamenguistas, caso fosse anunciado, aumentando ainda mais a pressão – que já é absurda – por resultados imediatos.

Quanto aos técnicos estrangeiros, é difícil apontar um nome, pois, como disse anteriormente, os resultados precisam vir o quanto antes e os técnicos vindos de fora tendem a precisar de tempo. Jorge Sampaoli e Ariel Holan armam suas equipes da forma como eu gostaria que o Flamengo jogasse. Contudo, são técnicos que levam um grande tempo para ajustar a sua equipe e nem sempre conquistam grandes resultados. Diego Dabove fez uma excelente temporada no Godoy Cruz, mas não sei se ainda tem “casco” para dirigir um time do tamanho do Flamengo. Depois de todo o imbróglio do início do ano, sou RADICALMENTE contra a volta do Rueda. Até porque, inclusive, ele NÃO fez um grande trabalho no Flamengo. Poderia até vir a fazer, mas escolheu sair antes disso.

No fim, retorno à frase:

Não tenho preferência. Tenho implicâncias.

E vocês? Conseguem definir um nome para técnico do Flamengo? Comentem!

SRN,

Pedro Sampaio

Siga Pedro Sampaio, colunista do site e comentarista do canal TV Coluna do Flamengo, no twitter:

@pedro10sampaio

Fonte: https://colunadoflamengo.com/2018/12/pedro-sampaio-sobre-o-novo-tecnico-do-flamengo-nao-tenho-preferencia-tenho-implicancias/

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