Polícia Militar aumenta efetivo para clássico entre Flamengo e Vasco

A Polícia Militar do Rio pediu para que o jogo entre Flamengo e Vasco fosse transferido para o Maracanã, aumentou o efetivo policial em relação ao clássico de quarta-feira, entre Fluminense e Flamengo, em quase 30%, mas, mesmo assim, teme que novas brigas aconteçam no entorno do estádio. Amanhã, o efetivo policial será de cerca de 600 agentes públicos. O maior problema, de acordo com o comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), major Sílvio Luiz, é ação de grupos de torcedores ligados a facções punidas que armam emboscadas, até em parceria com torcedores de outros times. O major reclama do pouco rigor penal do Estatuto do Torcedor.

— Ontem (quarta-feira), prendemos 18 membros de uma organizada do Flamengo, que está punida. Eles estavam no estádio sem identificação da torcida, sem ingresso, mas foram para lá brigar. As tatuagens denunciaram a ligação. Interceptamos, prendemos e, no fim da noite, eles saíram de lá andando apenas com uma medida restritiva nominal. Pagaram multa de R$ 200. Eles têm que se apresentar na delegacia, mas muitas vezes não vão. São presos e depois soltos. Não existe efetivo possível na PM para ficar atrás de grupo por grupo, punido por punido — desabafou o comandante do Gepe.

Repórteres do GLOBO presenciaram esse grupo assaltando um tricolor, que teve de entregar o que tinha na mochila para não ser espancado. Isso aconteceu na Avenida Maracanã, quase na entrada do estádio e na frente de guardas municipais. Ao serem avisados do assalto, um dos guardas revelou a outro ter medo de ir até o grupo que “poderia estar armado”.

Sábado, estarão no estádio 614 agentes públicos, incluindo 469 policiais militares, al´´em de guardas municipais e policiais civis. O Gepe, que tem 250 PMs em seu efetivo, vai receber reforço de 39 policiais especializados, entre homens e mulheres. O 6º BPM (Tijuca) vai entrar com 180 agentes. O Flamengo ainda vai calcular o número exato de seguranças privados, baseando-se no número de ingressos vendidos. Até ontem tinham sido vendidos 12 mil. Por enquanto, trabalha com a possibilidade de ter 500 agentes dentro do estádio.

No Fla-Flu, havia 380 policiais militares dentro e fora do estádio. Mesmo com público de apenas 30.946 presentes no clássico pelas quartas de final da Sul-Americana, foram registrados pelo menos quatro confusões no entorno do Maracanã, onde a polícia usou de bombas de efeito moral para controlar as tentativas de invasão ao lado destinado ao adversário, brigas internas em facções ligadas aos mesmo time e tentativas de invasões ao estádio.

TUMULTO E MORTE NO ÚLTIMO JOGO

No último jogo entre Flamengo e Vasco, em 7 de julho, em São Januário, 400 policiais fizeram a segurança do estádio e, mesmo assim, o jogo foi marcado por muitas brigas. Uma pessoa morreu e houve confusão generalizada dentro e fora do estádio. Em razão do histórico do clássico e da grande rivalidade entre as torcidas, a PM pediu que o jogo não acontecesse na Ilha do Urubu, como pretendia o Flamengo. Além disso, há a preocupação com as chamadas uniões entre grupos de torcedores para brigarem com rivais em comum, com a de facções ligadas ao Botafogo com as dos Vasco, o que já aconteceu outras vezes. A policia tem trabalhado com seu serviço de inteligencia.

No clássico de sábado, a torcida do Vasco terá apenas 10% dos ingressos, enquanto a do Flamengo 90%. Ou seja, os rubro-negros terão 39.182 dos 55.065 bilhetes colocados à venda. A capacidade do estádio é 78.789 lugares. Já o Vasco poderá vender à sua torcida 4.980 bilhetes e sua entrada será exclusiva pelo portão B e o C ficará fechado. Assim, a Rua Eurico Rabelo ficará fechada para flamenguistas.

Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/policia-militar-aumenta-efetivo-para-classico-entre-flamengo-vasco-21998893

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