Racing x Flamengo chega com o Flamengo na frente após o 1 a 0 no Maracanã, mas a partida de volta no El Cilindro promete ser uma prova de fogo. Com lesões que mexem com a formação do adversário, Gustavo Costas indica mudanças em todos os setores do Racing, enquanto o Mengão precisa administrar a vantagem e suportar uma atmosfera adversa em Avellaneda.
Prováveis mudanças táticas no Racing
As ausências de Franco Pardo e de Santiago Sosa forçam Gustavo Costas a repensar a proteção ao setor defensivo. A fratura sofrida por Sosa no jogo de ida retira do técnico argentino uma peça versátil, que vinha desempenhando funções tanto na defesa quanto na saída de bola, e deve provocar uma alteração no sistema tático do Racing.
A tendência é a migração de uma linha de cinco defensores para um esquema com quatro zagueiros, o que abre espaço para alterações nas laterais e no meio. Na direita, Mura aparece como alternativa para substituir Martirena; a troca, porém, carrega dúvidas pela diferença de perfil entre os dois.
No meio, Juan Nardoni tem chance de reassumir a vaga titular após se recuperar de lesão muscular, devendo formar uma trinca com Zuculini — mais recuado — e Almendra mais deslocado pela esquerda. A possível escalação anunciada na imprensa argentina aponta: Cambeses; Martirena (Mura), Colombo, Rojo e Rojas; Nardoni, Zuculini e Almendra; Solari, Maravilla e Conechy (Balboa).
Clima no El Cilindro e as falas que inflamam a rivalidade
A pressão da arquibancada em Avellaneda é enaltecida por quem já enfrentou o estádio. Opiniões externas alimentam a narrativa de que a torcida do Racing pode ter papel determinante no desenrolar do jogo, transformando o ambiente em uma arma a favor dos donos da casa.
“Eu acho que a final vai ser Palmeiras e Racing. Já joguei muitas vezes no El Cilindro e poucas vezes na minha vida joguei em um lugar onde o torcedor tem uma influência tão grande como o torcedor do Racing tem em sua casa”
Jogadores do Racing não escondem a confiança e a expectativa de usar a força do torcedor para buscar a virada. Martirena e o goleiro Cambeses foram enfáticos ao projetar uma reação em Avellaneda, enquanto Gustavo Costas mantém a mensagem de união e crença na classificação.
“Em Avellaneda será diferente. A vantagem de jogar em casa conta, espero que ganhemos. Continuo confiante nos meus companheiros e no clube. Estamos mais unidos do que nunca, e ainda faltam 90 minutos para o fim do jogo em casa. Jogar na nossa casa também é difícil”
“Em Avellaneda, vamos reverter a situação, porque com o apoio deles, vamos ficar muito fortes”
“Isto segue aberto. Temos que estar mais juntos do que nunca. Em casa, vamos jogar pelo nosso sonho. Faltam 90, 95 minutos. Vamos competir com o coração e a alma, e com toda a nossa gente. Como seja, temos que chegar a Lima”
O desafio do Flamengo: pragmatismo e inteligência tática
O Flamengo entra com a vantagem mínima e a responsabilidade de controlar o ímpeto adversário no El Cilindro. No Maracanã, a escolha por uma linha de cinco defensores mostrou preocupação com as investidas do Racing; em Avellaneda, a leitura do jogo terá de ser precisa para evitar ser sufocado pelo ambiente e pelas variações táticas impostas por Costas.
Além de atenção à recomposição e aos duelos pelos lados — onde nomes como Carrascal podem fazer a diferença nas transições — o time rubro-negro precisa manter serenidade para explorar espaços e contragolpes que possam sacramentar a vaga. A gestão do tempo e das substituições será fator-chave, sobretudo diante de um adversário que deve ir para o tudo ou nada.
O que está em jogo e o caminho até Lima
Racing e Flamengo se enfrentam nesta quarta-feira (29), no El Cilindro, com bola rolando às 21h30 (horário de Brasília). A vaga para a final em Lima passa por ajustes táticos, resistência mental e pela capacidade do Flamengo de manter a vantagem em um campo onde a pressão é evidente. Pequenos detalhes — lesões, opções de Costas e a leitura do jogo pela comissão do Mengão — podem decidir quem seguirá rumo ao título continental.