Rafinha, Filipe Luís e o segredo do Flamengo que é fácil de entender e difícil de parar

​O dito popular do futebol tem algumas célebres frases, entre elas “a melhor defesa é o ataque”. As interpretações a partir daí podem ser muitas, assim como as maneiras de se utilizá-la dentro de campo. No caso do ​Flamengo, cada vez mais difícil de segurar, ela é um pouco de tudo. E isso se dá à importância (às vezes “invisível”) de Rafinha e Filipe Luís.

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Como se dá isso é até um pouco simples. Uma das transformações que Jorge Jesus implantou ao Rubro-Negro está na saída de bola. O treinador trouxe ao elenco a ideia de usar os lados do início ao fim, desde o início da construção do ataque. Com dois laterais de tanta qualidade e tanta inteligência tática, adotar esta postura já é meio caminho andado para desmontar defesas adversárias. Os números não mentem, afinal de contas. Seja no Brasileirão ou na ​Copa Libertadores, a dupla domina as estatísticas de passes médios por partida no atual elenco.

Média de passes por partidaPercentual de passes certos​
​Rafinha​59.4​93.9%
​Filipe Luís​57.0​93.1%

Fonte: ​Footstats

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Mesmo com tão pouco tempo de casa, o desafogo por eles tornou-se crucial num time que tem o segundo maior índice de posse de bola do Brasileirão e o maior da Copa Libertadores. E nisso podemos fazer um contraponto interessante para contextualizar com o Santos.Sim, o Peixe – dono da maior estatística de posse do Campeonato Brasileiro – tem em Gustavo Henrique (56.2/partida) e Diego Pituca (50.8) os maiores passadores em média. A bola roda, mas com participação bem mais tímida de seus alas. Victor Ferraz, com 48.5 passes por jogo (89% de aproveitamento), é o que mais se destaca na posição no time alvinegro. Número bem abaixo dos seus colegas de setor no plantel flamenguista.

Talvez o principal fator para que a adaptação das ideias de Jesus ao modelo do Flamengo tenha sido justamente a passagem de larga escala de ambos pelo futebol europeu. Os dois foram treinados por nomes dos quilates de Diego Simeone e Pep Guardiola, para ficar nos mais destacados. O curioso a se notar é que tanto Rafinha quanto Filipe Luís também se mostravam muito participativos em suas atuações na difícil ​Champions League, por meio de dados que ampliam a percepção de suas qualidades técnica e tática.

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Enquanto o ex-Bayern trocava uma média de 53.7 passes por jogo, o lateral-esquerdo ex-Atlético de Madrid não ficava muito atrás, com 51.3, de acordo com dados levantados pela empresa ​Opta Sports. Números que, soltos, não falam tanto. Mas ao percebermos que ambos também criavam ao menos uma chance clara de gol cada por partida – mesmo com preocupação defensiva nas suas faixas e tantos craques entre os atacantes – é possível perceber que nos campos brasileiros o sucesso de imediato seria algo natural. Rafinha e Filipe têm condições (e assim o fazem) de passar para frente, buscar o ataque e subir junto com os zagueiros, cada vez mais para o meio-campo. Congestionando em caso de perda de bola e afunilando quando estão com ela, como aconteceu por exemplo contra o Internacional, no Beira-Rio, pelas quartas de final da Libertadores…

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Daí que temos, também, a importância dos meio-campistas que fazem a aproximação. Não à toa, Arão e Gerson são os outros dois nomes que surgem na sequência dessas estatísticas de passes por partida. É notória a evolução do primeiro, ao passo que o segundo tem a técnica apuradíssima para fazer o giro e buscar os lados sempre que pode. Com movimentação constante, incluindo ocasionalmente os zagueiros. Rodrigo Caio e Marí também figuram entre os líderes no quesito passe, ao lado de Renê, outro lateral). É um emaranhado, praticamente uma armadilha que atrai os rivais para a derrota. Seja do lado esquerdo ou do direito. Não tem para onde fugir.

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A qualidade do grupo flamenguista é tão grande que de fato não dá para atribuir somente aos dois laterais tamanho sucesso e tamanha dominância nos gramados daqui. Gabigol, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Arrascaeta, todos esses passam por fases iluminadas e não é por acaso. É muita gente boa junto. Mas, principalmente, muita gente que sabe o que fazer não só com os pés, mas também com a cabeça. Tem como parar? Eis o desafio de Marcelo Gallardo agora, que neste momento deve estar estudando um antídoto para o segredo. Enquanto isso, nós apenas assistimos ao duelo histórico de camarote. Que final!

Fonte: https://www.90min.com/pt-BR/posts/6501898-rafinha-filipe-luis-e-o-segredo-do-flamengo-que-e-facil-de-entender-e-dificil-de-parar?utm_source=RSS

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