#Retrospectiva2018: Juan e a dor de uma grave lesão no fim da carreira

Por: Carla Araújo

O ano não foi fácil para Juan. Prestes a completar 40 anos, o experiente zagueiro havia decidido que encerraria a carreira nos gramados ao fim desta temporada, no seu clube do coração. No entanto, uma grave lesão adiou os planos do jogador. Juan rompeu o tendão de Aquiles em 7 de setembro, durante um treino, no Ninho do Urubu. Três dias depois, passou por cirurgia, permanecendo, durante duas semanas, em repouso total. Um golpe duro para o rubro-negro, que teve, em novembro, contrato com o Flamengo estendido até abril de 2019 (o anterior valia até dezembro de 2018).

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Juan já sentia que estava perto de se aposentar em 2018. O zagueiro havia sofrido uma lesão muscular na coxa direita, em maio, o que o deixou em alerta. O rompimento do tendão de Aquiles, quatro meses depois, foi um balde de água fria para suas pretensões. Ele teria que passar por uma cirurgia e só voltaria a trabalhar em campo em dezembro/janeiro. De lá para cá, o atleta tem trabalhado para se recuperar cada vez mais rápido. Na época, Dr. Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo, afirmou que Juan progredia bem:

– Ele tem evoluído de forma satisfatória e dentro do esperado. É uma lesão que, nesse início, requer um pouco mais de cuidado. Quando você está incorporando o tendão, é preciso ter paciência mesmo. Agora vai ser lento, mas, quando vocês virem ele fazendo mais atividades, vai parecer que vai passar mais rápido. Não adianta querer acelerar nesse momento, porque pode ser pior. Isso até pela idade dele e pelo tipo de cirurgia também.

Juan definiu esta como a lesão mais complicada da sua carreira. Cirurgia, 15 dias sem botar o pé no chão, fisioterapia e quase seis meses para voltar aos treinos e jogos. A contusão foi tão grave que o elenco fez uma homenagem ao zagueiro. No dia 8 de setembro, o Flamengo enfrentou a Chapecoense, pelo Campeonato Brasileiro, no Maracanã. Após um gol marcado por Diego, o meia ergueu a camisa 4, utilizada pelo defensor, simbolizando apoio e mostrando a importância de Juan para o grupo.

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Com 32 gols, ele é o maior zagueiro-artilheiro da história do Fla, ao lado de Júnior Baiano. Em paralelo ao tratamento da contusão, o camisa 4 rubro-negro faz, também, um curso pela internet para projetar uma nova carreira: a de coordenador técnico. Em entrevista concedida ao site Globoesporte.com, ele disse que, antes da lesão, havia conversado com Carlos Noval, que colocou a oportunidade de o defensor ficar mais no clube e fazer a integração técnica da base para o profissional. Juan topou, mas teve cautela ao tratar o assunto.

– Viam um futuro para mim de coordenação técnica. Eu via como cargo bom após a minha carreira, mais ainda se fosse ligado ao Flamengo, que conheço bem. Já iria começar essa transição, ia antecipar um pouco esse estágio de conhecimento, mas tinha algum medo ainda de como as pessoas veriam isso. Porque eu estava bem, treinando e poderia repercutir mal. Depois que me machuquei, com tempo livre, a gente voltou a conversar e deixamos encaminhado que quando estivesse melhor para me locomover, iria voltar para conhecer tudo – concluiu.

Em 2016, Juan já havia dito que gostaria de encerrar a carreira no Flamengo, sendo o que havia projetado para os anos seguintes. Apesar da grave lesão, a expectativa é de que ele faça pelo menos mais um jogo de despedida, assim como aconteceu com o amigo Julio Cesar, em abril deste ano. O zagueiro, que não é de chorar, se emocionou bastante no dia da aposentadoria do ex-goleiro. O camisa 4 do Fla disse que ainda não parou para pensar e decidir como será esse fim, mas se definiu realizado profissionalmente:

– Não sei como vou retornar aos campos. Estou focado para recuperar bem e pensar no que vou fazer ainda como jogador. Acho que do ano que vem não vai passar, estou quase no limite. Tenho muito mais que eu sonhei um dia. Lembro de ir aos jogos com meu pai, que era apaixonado pelo Flamengo, e lembro que dizia se seria capaz de um dia jogar no Maracanã com a camisa do Flamengo. Joguei, joguei mais de 300 partidas, fui para a Seleção, joguei Copa do Mundo, pude brilhar na Europa. Isso me deixa realizado –, disse, ao Globoesporte.com.

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Fonte: https://colunadoflamengo.com/2018/12/retrospectiva2018-juan-e-a-dor-de-uma-grave-lesao-no-fim-da-carreira/

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