Roberto Assaf: “Muita teoria e pouca prática”

A derrota para o Cruzeiro no Maracanã deixou mais uma vez evidente que há teoria em excesso e prática de menos no futebol que o Flamengo leva para o campo.

Vinícius de Moraes dizia que a mulher tem que ter alguma coisa além da beleza, qualquer coisa feliz, que ri, que sente saudade… Ou seja, falta ao time levar em conta a possibilidade do imponderável, a malandragem no bom sentido, a percepção de que as probabilidades propostas pelo técnico e por sua comissão, com base em análises táticas e científicas, não são suficientes para ganhar jogo.

O futebol é mais simples do que eles imaginam e tentam entender. Tem que ser duro sem perder a ternura jamais. O que se faz no campo profissional é a sofisticação da pelada comum de todos os dias, sem esquecê-la, porém, de jogá-la para valer. É preciso aproveitar os ensinamentos que os avanços tecnológicos criaram nos últimos tempos, para medir a capacidade física de cada um, sem abrir mão, no entanto, da alegria, do drible, do improviso, da graça que esse esporte formidável pode proporcionar.

Há no Flamengo de hoje muito laboratório e mesa de botão, e pouca inspiração natural, sem a qual o futebol não sobrevive. Falta o chamado vestiário, o papo daquele cartola velho de guerra, que sabe quebrar a sisudez das regras impostas pelo preparador físico nos treinamentos e pelo técnico no quadro negro, deixando o grupo à vontade para praticar, no gramado, o que a teoria do cotidiano tem deixado como única opção, quando o time entra em campo.

O Flamengo de hoje, ao contrário da mulher lembrada por Vinícius, sequer beleza tem. Daí também a falta do riso e da felicidade. O que tem restado mesmo é apenas a saudade de um tempo que não volta mais.

Reprodução: Roberto Assaf | Rua Paysandu


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Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/08/roberto-assaf-muita-teoria-e-pouca-pratica/

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