Rodrigo Coli: “Um capitão sem braçadeira”

Há aproximadamente um ano chegava ao Flamengo a solução para muitos de nossos problemas: o paredão, catador de pênaltis e selecionável Diego Alves. Além de tapar a brecha aberta pela decadência meteórica de Alex Muralha e pela necessidade de um goleiro de ponta (lacuna não preenchida pelos reservas César e Thiago, ainda novos e inexperientes), Alves tinha em seu currículo feitos que o alçavam ao nível de classe mundial. O principal deles, certamente, era o título de maior pegador de pênaltis da história do Campeonato Espanhol com impressionantes 47% de aproveitamento, incluindo sucessos contra os astros Messi e Cristiano Ronaldo.

Desde o princípio de sua titularidade no Flamengo, Diego provou que realmente seria difícil desbancá-lo da meta rubro-negra. Apesar de alguns momentos de baixa, o arqueiro sempre demonstrou sua qualidade e segurança, não deixando dúvidas de que ele ainda seria um dos postulantes à convocação para a Copa do Mundo, o que havia sido um dos principais objetivos do o goleiro ao retornar para o Brasil. Além do alto rendimento em campo chamar a atenção, ele também é elemento importante na saída de bola rubro-negra, com bastante técnica e noção tática. Sua gana catadora de pênaltis também se mantém por aqui (até o momento, foram 7 cobranças e 3 defesas, ou 43% de aproveitamento).

Não bastassem os merecidos elogios feitos a Alves, existe uma outra faceta que reforça sua importância para o elenco: sua liderança e personalidade. O insucesso na empreitada pelo Mundial da Rússia chegou a gerar algum temor sobre suas motivações e intenções em continuar no Flamengo, mas seu profissionalismo logo tratou de refutar tal possibilidade. Em campo, é ele um dos mais empenhados em organizar e orientar a equipe. Quando sofremos um gol ou alguma perda relevante, é ele quem mais se esforça para reanimar e motivar os companheiros. Quando falhas infantis são cometidas, é ele um dos que mais se mostra indignado e insatisfeito com os erros. Sem a intenção de tirar o mérito de Réver, atual capitão, Diego Alves cumpre, muitas vezes, o papel de líder em campo, sem nem precisar da braçadeira de capitão.

Com o respaldo do elenco, do treinador e da torcida – que já deixou muito pra trás o fatídico episódio do “cafezinho”, Diego Alves tem tudo para continuar ganhando moral com a torcida do Flamengo. Nós, sedentos por vermos raça e entrega em campo, já estamos nos acostumando a ver que isso pode emanar até de quem menos esperamos – de um goleiro, sim. Que não é, aliás, um goleiro qualquer. É o goleiro do Flamengo.

SRN!

Rodrigo Coli

Twitter: @_rodrigocoli

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/08/rodrigo-coli-um-capitao-sem-bracadeira/

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