Um atacante artilheiro, que usa o número 9 e comemora gols com cartezes vindos da arquibancada. Se pensou em Gabigol, errou. Como o centroavante do Flamengo não estará em campo contra o Macaé, neste sábado, às 16h, no Maracanã, outro personagem será o centro das atenções na 1ª rodada da Taça Guanabara — Matheus Babi, que também tem apelido marcante: Babigol.

— Na época [em 2018], quando o apelido surgiu, o Gabigol estava fazendo muitos gols no Santos, então pegou. Eu levo tudo isso na brincadeira, acho engraçado, trato com o alegria. Sem o Gabigol, posso ser o herói da vez assim como os outros companheiros — disse Babigol, em contato com o GLOBO, que viu a fama começar na terceira rodada da seletiva, ao marcar na vitória de 1 a 0 do Macaé contra o Friburguense e comemorar com a placa.

Matheus Barcelos da Silva tem 22 anos, é cria da base do Macaé e já se destaca há mais de dois anos no clube do Norte Fluminense. Em 2017, chamou a atenção do Grêmio, pelo qual jogou uma temporada antes de retornar ao time que o formou. Neste Estadual, é o artilheiro após marcar quatro gols em cinco jogos na seletiva e se transformou em um fenômeno de popularidade entre torcedores. Hoje é tradição: tem Babigol em campo, tem cartaz.

Matheus Barcelos da Silva é cria da base do Macaé e já se destaca há mais de dois anos no clube do Norte Fluminense Foto: Divulgação/Macaé

— O Babigol tinha recebido essa alcunha na passagem dele no América, embarcando no bom momento do Gabigol no Flamengo. No Macaé, é uma liderança técnica inegável e logo a torcida embarcou. Diferente do Gabigol, o Babi é tímido. Avesso à entrevistas, é de poucas palavras e até mesmo o clube tem dificuldade de manter uma comunicação com ele, por conta dessa discrição — comenta Léo Pinheiro, repórter do ‘FutRio’.

Nascido em Araruama, na Região dos Lagos, o camisa 9 perdeu a mãe, Aisne Barcelos, quando tinha apenas oito anos e foi criado pelo pai, Vinicius Fernandes. Do apoio familiar veio a força para seguir o sonho de ser jogador e o futsal do Macaé abriu as portas. No sub-15, teve dificuldades na transição para o campo por cansar rápido demais, mas conseguiu se adaptar à tempo.

Se vale a recordação, não será a primeira vez que Babigol enfrentará o Flamengo. Ele esteve em campo na vitória de 1 a 0 do Macaé, na Taça Rio de 2018. Coincidentemente, foi a última vitória da equipe do Norte Fluminense contra o rubro-negro até então.

— Trabalhei muito para esse momento, e agora preciso me dedicar ainda mais para alcançar meus objetivos. Quero ter uma carreira consolidada, e isso só depende de mim e de boas atuações — conta Babigol.

Sucesso dentro de campo, com futuro indefinido fora dele. Ainda na seletiva, Babigol recebeu proposta do Al Akhdoud, da Arábia Saudita, e a tendência era deixar o clube após a disputa. Porém, Como o negócio não andou, ele seguirá para o Campeonato Carioca. Melhor para o Macaé.