Treze razões pelas quais o Flamengo merece ser campeão após jejum

Há três ano o Flamengo não conquista um título. Isso pode mudar neste domingo, contra o Fluminense, no Maracanã, onde o Rubro-Negro não perde desde dezembro de 2015. Apesar de no discurso torcedores e até dirigentes rubro-negros desvalorizarem o Campeonato Estadual, pendurar uma faixa no peito novamente é o maior desejo de todos os envolvidos com o futebol do clube. O motivo é simples: coroar uma guinada no trabalho desde 2014, data da última conquista.

No percurso, houve uma série de erros, mas muitos acertos. A reportagem lista as 13 razões pelas quais o Flamengo merece ser campeão. ‘Merecimento’ foi a que resumiu todas, na avaliação do técnico Zé Ricardo. Fora ele, o diretor-geral Fred Luz expôs os motivos antes de levantar a taça. Se ela for para a Gávea, será por uma série de correções de rota feitas pela atual administração. Depois que Márcio Araújo fez o gol do título carioca, em 2014, o Flamengo iniciou uma reformulação já projetada pela eliminação dias antes na Libertadores. A competição continental se tornou obsessão. Sem recursos e priorizando a reorganização financeira, o clube trouxe o diretor executivo Rodrigo Caetano, que estava no Vasco. A manutenção do trabalho no departamento de futebol, apesar de crises e pressão por trocas, deu o mínimo de estabilidade ao projeto. Nesse cenário, a garantia de salários em dia começou a mudar a imagem do clube para os atletas. Ainda que tenha havido uma série de contratações questionáveis àquela altura. Especialmente de técnicos. A continuidade de Zé Ricardo, que se aproxima de um ano de trabalho no Flamengo, foi raridade. Depois de demitir o técnico campeão da Copa do Brasil e do Estadual, Jayme de Almeida, o clube trouxe Ney Franco, que durou pouco. O projeto passou ás mãos de Vanderlei Luxemburgo, que durou um bom tempo, mas vivia questionando a diretoria e tentava concentrava poder. Aí está uma nova correção de rota. Com Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira, o Flamengo viu que precisava mais do que um técnico, precisava de uma comissão.

Ao fim de 2015, com a queda de produção no Brasileiro, Muricy Ramalho virou a solução para o time voltar a disputar grandes títulos. Com ele, veio um conceito de maior integração e valorização da base, que se tornou importante este ano, em que a rotatividade do elenco em competições importante se fez necessária.

Antes disso, porém, era preciso dar uma cara ao elenco do Flamengo. Em 2015, um grupo formado por Everton, Paulinho, Cirino, Pará e Alan Patrick acabou afastado por indisciplina. Destes, Pará e Everton permanecem no clube, mas inseridos em uma nova filosofia. Com a contratação de atletas com perfil comprometido, disciplinado, religioso, o grupo ficou uniforme e as maçãs podres foram expelidas.

Sem novos focos de farra e noitada, e com treinos apenas no Centro de Treinamento, a rotina de trabalho ficou controlada e individualizada também. As contratações se avolumaram com o aumento da receita do clube, e mesmo que nem todas tenham dado certo, aumentaram a concorrência e o desempenho coletivo. Com o afastamento de Muricy Ramalho, com problemas no coração, o interino Zé Ricardo ganhou a chance da vida, e provou que a aposta na base também serve para técnicos.

Com melhor estrutura e tecnologia de ponta, Paolo Guerrero, a principal aposta até então, cresceu de produção, e passou a dividir os holofotes com Diego, outra aquisição que elevou o nível do Flamengo. O meia, fora da final, assumiu a vaga de ídolo cativa desde a saída de jogadores de renome como Ronaldinho, Adriano e Vagner Love. E mais: veio adequado ao padrão de comportamento criado no clube.

Diante de todos os movimentos em busca de um alto padrão de excelência, o Flamengo obteve desempenho importante no Brasileiro do ano passado, quando disputou o título. No entanto, com muitas viagens e ainda sem um estádio, problema que se arrasta até agora, ficou pelo caminho. E o cheirinho de hepta também. Agora, no desprestigiado Estadual, é a primeira chance de provar que o rumo está correto. É o sinal de que voos mais altos podem ser alcançados adiante, o que não estará mais distante em caso de derrota.

VEJA AS 13 RAZOES PELAS QUAIS O FLAMENGO MERECE O TITULO:1- Manutenção do trabalho no departamento de futebol2 – Bancar o talento de Zé Ricardo mesmo sem experiência3 – Tirar os treinos da Gávea4 – Apagar focos de indisciplina no elenco5 – Apostar em jogadores com perfil comportado e de liderança6 – Salários em dia7 – Time não perde um jogo no Maracanã desde dezembro de 20158 – Esforço para manter os jogos no Rio em 2017 e acabar com as viagens9 – Investimento no CT e na estrutura de trabalho e tecnologia10 – Valorização da base 11 – Rotatividade do elenco12 – Contratação de Diego e aposta em novos ídolos13 – Diminuição da interferência de dirigentes amadores no dia a dia do futebol

Fonte: http://extra.globo.com/esporte/flamengo/treze-razoes-pelas-quais-flamengo-merece-ser-campeao-apos-jejum-21300862.html

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