Um ano da Paralimpíada Rio 2016: Franquilim Oliveira relembram os Jogos

Foto: Reprodução

Há um ano, a magia dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 começava a encantar os torcedores brasileiros. Com show de superação e talento, o país assistiu os melhores atletas do mundo em diversas modalidades e viu a delegação do Brasil batalhar por cada medalha. Entre os defensores da camisa verde e amarela estavam o treinador Franquilim Oliveira e o remador Michel Pessanha, que fazem parte do Time Flamengo e levaram as cores rubro-negras pela Lagoa Rodrigo de Freitas.

Favoritos no início dos Jogos, a dupla de Michel e Josiane Lima no Double Skiff TA ficou muito próxima da tão sonhada medalha, mas dez centésimos de segundo separaram a equipe brasileira comandada por Franquilim Oliveira da grande final.

Celebrando as memórias do período paralímpico, Franquilim conversou com exclusividade com o site oficial e contou sobre as memórias, o Flamengo e o futuro do remo.


Defender as cores de Flamengo e Seleção Brasileira
É uma sensação única defender essas cores. O Flamengo é meu time do coração, meu sangue é rubro-negro e é um grande prazer defender o clube desde quando eu era atleta, passando pela escolinha do remo, até hoje, que estou como treinador. É muito honroso e prazeroso pra mim. Também já fui remador de Seleção e hoje estou do outro lado como técnico, e é uma sensação muito boa de reconhecimento do seu trabalho. Tudo o que você planta você colhe um dia. Estou muito feliz de ter essa oportunidade.
Jogos Paralímpicos
Tiveram alguns momentos em que a ficha veio caindo. Primeiro foi quando fomos para São Paulo fazer a aclimatação e foi a concentração de todo grupo, toda a Seleção. A segunda parte foi quando chegamos no aeroporto do Rio, com todo o Time Brasil junto, e as pessoas vinham dando força, nos motivando. Foi aquele contágio, né. E depois também quando fomos fazer uma sessão de fotos em frente ao Museu do Amanhã e também tinha muito gente ali no Boulevard Olímpico. Foi muito maneiro ver todo esse apoio do povo. Foi o momento que vimos que estávamos de fato representando o país.
Cerimônia de Abertura
A cerimônia de abertura foi grandiosa e muito marcante. Fico até arrepiado em falar, porque foi realmente muito maneiro. Eu chorei igual criança. A memória mais especial daquele dia foi quando entramos no estádio, quando chamaram o Brasil. Quando eu coloquei o pé dentro do campo e vimos o pessoal gritando, foi o ápice. A hora dos fogos também, ficou bastante na memória.

Experiência como treinador e perda da medalha
Estar como técnico em uma Paralimpíada foi uma experiência que vou levar para o resto da minha vida. Estar nos Jogos é o sonho de todo treinador, ainda mais dentro do seu país… É uma sensação muito boa, de reconhecimento. Passa um filme na cabeça de tudo que aconteceu até chegar lá. É muito maneiro conhecer outras nacionalidades, lidar com todo mundo, falar, trocar experiências. É um momento único tanto na vida do atleta quanto do técnico.
Perder a medalha foi como levar um golpe, pois tinha certeza que tínhamos chance de brigar por ela. Conseguimos nos classificar na semifinal e precisávamos ficar na segunda posição. Estávamos conseguindo até os 200m finais, mas foi quando a Ucrânia conseguiu começar a passar. Viemos firmes até o fim, perdendo a classificação por poucos centésimos de segundo. Não tem palavras para explicar. Quando cruzou a linha de chegada, o resultado não saiu na hora e foi decidido por vídeo. Quando saiu todos lamentaram muito. Infelizmente não era para ser. Depois fomos para a final B e ganhamos da Austrália com um tempo que ganharíamos medalha na decisão principal. Tínhamos grandes chances, mas não deu. Agora é focar em Tóquio 2020.
O que significou estar em uma Paralimpíada?
Significou o reconhecimento de um trabalho que teve muito empenho, doei tudo que tinha para chegar nesse momento, passei por muita coisa. Vivenciar tudo que vivenciei até chegar lá… é uma realização muito maneira. Reconhecimento resume tudo.
Memória especial
Tiveram vários pontos memoráveis, como a cerimônia de abertura, a chegada ao estádio, a torcida gritando, acenando e dando força para a delegação brasileira, o Maracanã. Outra coisa muito legal foi a Vila Olímpica com os voluntários, todos davam muita força para o pessoal do Brasil. Também teve a presença de muita gente nos estádios para incentivar os times nacionais, muita energia positiva. Ver meus familiares, amigos, todos prestigiando esse momento único. Foi muito marcante ver o povo dando aquela força e vou levar essa memória para o resto da vida. O brasileiro é muito unido apesar de tudo, é um povo muito solidário.
Próximos objetivos
Competimos há pouco a Copa Sul-Sudeste e fomos campeões, coisa que estava entre os nossos objetivos para esse ano. Em alguns meses teremos o Campeonato Brasileiro, outra importante competição. Estamos muito focados para conquistarmos ótimos resultados com o Flamengo. Sobre os ciclos com a Seleção, fomos campeões do Sul-Americano, ficamos em quinto na Copa do Mundo e ainda teremos outros torneios esse ano. Em 2018 seguiremos no mesmo ritmo e a preparação será bem parecida com a de 2017, melhorando sempre algumas coisas. O Michel estará mais maduro pois tem uma Paralimpíada no currículo, então vamos com tudo para conseguir uma vaga emTóquio 2020. Estamos muito focados e tenho certeza que vamos conseguir com muita luta. Fazemos todo esse esforço com muito prazer e amor pelo esporte.

As equipes de remo do Clube de Regatas do Flamengo contam com recursos de seus patrocinadores – AmBev, Rede D’or, IRB Brasil RE, CSN, Brasil Plural, EY – via Lei de Incentivo Federal/Ministério do Esporte (IR), além de apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) proveniente da descentralização de recursos oriundos da Lei Pelé. O Projeto Anjo da Guarda Rubro-Negro, de transferência fiscal de pessoa física, beneficia todas as modalidades olímpicas do Mais Querido.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/25961/um-ano-da-paralimpiada-rio-2016-franquilim-oliveira-relembram-os-jogos

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