Vexames, falta de treinos do time titular e postura nos bastidores: Flamengo lista motivos para demitir Vitor Pereira

O Flamengo perdeu por 4 a 1 para o Fluminense neste domingo (09) e ficou com o vice-campeonato do Carioca. A goleada sofrida colocou fim ao trabalho de Vítor Pereira no Rubro-Negro, mas engana-se quem pensa que a saída do treinador português ocorre somente por conta do revés estadual. A diretoria elencou motivos para o ‘adeus‘ do lusitano.

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Antes de mais nada, importante citar que Vítor Pereira vive as últimas horas como treinador do Flamengo. O fim da relação já está definido, e o anúncio ocorrerá no decorrer desta segunda-feira (10), após reunião entre as partes. Entretanto, como o GE informou, a avaliação do trabalho do português no dia a dia do CT é determinante para a queda.

VEXAMES EM CAMPO
Vítor Pereira não perdeu somente o Campeonato Carioca. O Flamengo do treinador lusitano saiu com o gosto amargo na Supercopa do Brasil, na Recopa Sul-Americana, no Mundial de Clubes e, até mesmo, na Taça Guanabara – primeiro turno do Estadual.

A derrota para o Aucas (EQU), na primeira rodada da fase de grupos da Libertadores da América, também foi considerada ‘vexame’ internamente. A equipe equatoriana é desconhecida no cenário internacional, tem investimento quase 40 vezes menor que do Flamengo e, também, perdeu todo o time campeão nacional da última temporada.

Os resultados do Flamengo em 2023, com isso, jogaram contra o treinador, que, inclusive, chegou a dizer que o time ‘jogou bem’ contra o Aucas. Nos bastidores, entretanto, até mesmo os atletas ficaram sem entender, pois viram outro jogo.

FALTA DE TREINOS DO TIME TITULAR
Vítor Pereira vinha optando por não treinar o ‘time titular’ do Flamengo. Como assim? O treinador misturava todo o elenco, fazendo os atletas assimilarem as ideias do comandante. Dessa forma, além de deixar uma incógnita na cabeça de quem observava as atividades, também conseguia fazer todos os jogadores, em tese, ficarem motivados e atentos durante os treinamentos.

No início do trabalho, entretanto, o técnico montava time nos treinamentos, mas deixou de fazê-lo após os vazamentos das escalações, o que incomodava bastante Vítor Pereira. Internamente, porém, acredita-se que o excesso de preocupação para não dar ‘armas aos rivais’ fez lusitano parar de ter atenção às próprias estratégias, o que incomodou pessoas que transitam no dia a dia do Ninho do Urubu.

Haviam discordâncias da opção de Vítor Pereira em priorizar privacidade em detrimento da repetição de um ‘time titular’. Alguns jogadores, aliás, também não curtiam a ideia, pois acreditavam que isso impactava diretamente na preparação para as partidas.

POSTURA NOS BASTIDORES
Vítor Pereira passou a ouvir apenas a comissão técnica pessoal, dentre os motivos, para evitar que vazassem as ideias e o que era planejado. Porém, algumas decisões eram vistas como ‘injustificáveis’, como Everton Ribeiro e Gabriel Barbosa reservas na primeira partida da final do Carioca, reservas na Libertadores, dentre outras.

Internamente, acreditava-se que o treinador estava agindo “por ele”, ou seja, se fechou com a comissão pessoal, botou em prática as ideias, ouvindo menos, executando mais. Por isso, as tomadas de decisão na última semana em relação a peças causaram grande desconforto.

No primeiro Fla-Flu da final, conseguiu boas respostas ao colocar Matheus França no lugar de Gabigol. Entretanto, o elenco ficou sem entender quando viu o jovem meia atacante no banco de reservas da segunda partida, sendo que foi um dos principais destaques do confronto de ida e, também, um dos poucos diante do Aucas, na Libertadores.

SISTEMA COM TRÊS ZAGUEIROS
Nos bastidores, acredita-se que o Flamengo ‘não funciona’ com o sistema de três zagueiros. Afinal, o Flamengo tem o estilo ofensivo como principal característica. Vítor Pereira, contudo, decidiu implementar a trinca de zaga no Rubro-Negro, passando por cima das orientações de outros pessoas do clube, inclusive de dirigentes.

Vítor Pereira tinha convicção de que era o melhor esquema para o Flamengo, que, na visão do treinador, não conseguia apresentar solidez defensiva. O Rubro-Negro, entretanto, passou a tomar muitos em gols em 2023 e, além disso, não apresentava um futebol ofensivo e, tampouco, vistoso.

Dessa forma, a ‘convicção’ do técnico virou teimosia, já que Vítor Pereira comprou a briga de manter o sistema de três zagueiros e não conseguiu fazer funcionar. Além disso, o Flamengo avalia que a escolha pela trinca de zaga fez o time perder o meio-campo nos jogos e romper com os modelos dos antecessores de Vítor.

TEIMOSIA E FALTA DE CONVICÇÃO
Vítor Pereira tem personalidade, e isso é um dos pontos fortes do português. Porém, como dito anteriormente, isso começou a ser visto como teimosia, pois ele não abria mão das próprias convicções.

Em outro momento intocáveis, contudo, as convicções de Vítor Pereira foram por água abaixo no último Fla-Flu. A primeira foi escalar Gabi na ponta, sendo que o treinador e o próprio jogador tinham revelado o pedido do atleta para voltar a atuar como centroavante. A outra foi desistir dos três zagueiros no intervalo da partida deste domingo (09), quando ainda iria para pênaltis com 2 a 0 para o Fluminense.

Para completar, Vítor Pereira escolheu Matheus França para ser titular no primeiro duelo com o Fluminense, e a joia no Ninho foi bem. Na Libertadores, ele também marcou um golaço. Dessa forma, ele estava com a vaga garantida no segundo cotejo com o Tricolor, certo? Não. Vítor o colocou na reserva e optou por Gabigol na ponta, deixando até os atletas sem entender a escolha por tudo que havia ocorrido no decorrer da última semana. Com isso, a teimosia virou ‘falta de convicção’ para muitos, internamente.

Fonte: https://colunadofla.com/2023/04/vexames-falta-de-treinos-do-time-titular-e-postura-nos-bastidores-flamengo-lista-motivos-para-demitir-vitor-pereira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=vexames-falta-de-treinos-do-time-titular-e-postura-nos-bastidores-flamengo-lista-motivos-para-demitir-vitor-pereira